O mês de junho está chegando e, como vem acontecendo todos os anos, o Governo Federal abre sua agenda para lançar o plano anual de safra, onde, além de anunciar as regras de funcionamento, determina o quanto de verba será disponibilizado para cada atividade. Em 2021, foram ofertados R$ 251,22 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional, repartidos em diferentes programas para atender determinados setores de investimento no agro. Apesar da força e do retorno do agro para a economia, o cobertor continua curto para atender a todas as demandas dos setores produtivos. Por isto, gradualmente, o governo continua buscando reduzir sua presença no financiamento do setor, criando mecanismos de mercado que permitam a entrada de investidores, mesmo os que não pretendem se tornar donos de propriedades rurais.
Uma das “portas de entrada” para estes investidores é o Fundo de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, o Fiagro. O fundo, já listado na B3, tem atraído a atenção de investidores, tanto de pessoas físicas como jurídicas, porque tem como vantagens a isenção de imposto de renda, o rendimento e a segurança por conta dos bons resultados do agronegócio. Quem aposta nestes fundos precisa entender que boa parte da segurança deles vem do potencial do setor agro que, em 2021, foi responsável por 27,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Neste contexto, um dos exemplos que podem ser citados de investidores é o do Itaú Asset Rural, que captou R$ 600 milhões de mais de 5 mil cotistas entre janeiro e fevereiro deste ano.
Para o advogado especialista em agronegócio, André Passos, do escritório Passos & Sticca Advogados Associados, esses fundos de investimento vieram para ficar. “Hoje, eles representam uma real alternativa de financiamento para o produtor em qualquer atividade que ele esteja e, também, de investimento, mesmo para o pequeno poupador que também deseja participar do bom desempenho do setor”, destacou Passos.O advogado lembra que, atualmente, existem cerca de 18 opções de Fiagro na bolsa de valores brasileira, e a perspectiva é que a procura por este fundo continue crescendo e ganhe mais destaque como opção de investimento durante 2022, mas alerta: “é preciso olhar com muita cautela as regras do jogo para não ter dor de cabeça lá na frente. E isto vale tanto para o produtor que vai buscar este recurso para financiar sua produção, quanto para o investidor”, finaliza Passos.