A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta uma queda de 11% na venda de máquinas agrícolas em 2024. A previsão foi apresentada em coletiva de imprensa realizada hoje. Se for confirmada, este será o segundo ano consecutivo de redução nas vendas. No ano passado, foram comercializadas 60.981 unidades. Para este ano, a projeção é de que sejam vendidas 54.300 unidades. O clima adverso decorrente dos efeitos do fenômeno climático El Niño, que provocou a quebra da safra 2023/24 e a queda nos preços das commodities agrícolas, pode representar riscos para a aquisição de maquinário por parte dos produtores.
Também as exportações devem diminuir neste ano, com 8.500 unidades, queda de 3% em relação a 2023. Mas, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a projeção de crescimento global da economia e do PIB do Brasil, além da queda da taxa de juros e do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), de R$ 1,4 trilhão, podem estimular o setor.
O presidente da CNH Industrial para a América Latina, Rafael Miotto, disse que no momento existe uma preocupação acentuada em relação ao rendimento das lavouras, especialmente em Mato Grosso, o maior Estado produtor de grãos do País, o que tende a encurtar as margens de investimentos dos agricultores. A queda nas vendas de colheitadeiras de grãos no ano passado, de 18,5%, já foi reflexo dessa preocupação, segundo ele. "A margem apertada influencia a decisão", afirmou.
Ele ressalta, entretanto, que há boas chances de ocorrência de La Niña neste ano. Ao contrário de El Niño, o fenômeno pode trazer muitas chuvas para o Centro-Oeste e provocar estiagem no Sul do País, situação inversa da verificada na safra atual. "A tendência para Mato Grosso é de recuperação no próximo ano", afirmou.