Desenvolvimento responsável e na medida certa para o meio ambiente e para a sociedade são os grandes temas da atualidade. Nesse cenário, a atuação dos profissionais na agricultura torna-se prioritariamente voltada para a interface entre as demandas das atividades produtivas, sejam elas agrícolas, pecuárias, florestais ou agroindustriais, e as necessidades de conservação dos recursos naturais mobilizados para a produção e as exigências de preservação dos ecossistemas e da qualidade ambiental.
O grande desafio dos profissionais do setor nos próximos anos é conciliar a produção e sua rentabilidade com os preceitos de responsabilidade social e ambiental. E, assim fazendo, colaborar na busca da sustentabilidade da agricultura brasileira.Para isso, além da qualificação técnica, outras competências ou habilidades são desejáveis nos profissionais, como as qualidades pessoais que levam à rapidez e flexibilidade na busca de resultados, a visão interdisciplinar integradora das especialidades e a capacidade de se comunicar.
A relação agricultura e meio ambiente é tão próxima que para solucionar a grande maioria dos problemas ambientais na agropecuária é necessário entender como funcionam os sistemas de produção. Como exemplos temos que as práticas de conservação de solo na área cultivada mantêm a sua porção mais fértil, além de reduzir a perda de água, evitando o assoreamento e a contaminação de lagos, açudes, riachos e rios. O manejo integrado de pragas leva ao uso mais racional dos defensivos agrícolas e o uso adequado desses produtos minimiza os problemas ambientais e de saúde ocupacional e pública.
O aumento de produtividade nas atividades agrícolas, pecuárias e de reflorestamento homogêneo, com a adoção de boas práticas e sua integração, faz diminuir a pressão por abertura de novas áreas com desmatamento, contribuindo, assim, para a preservação dos ecossistemas. *Cláudio Spadotto, Eng. Agr., Ph.D., gerente geral da Embrapa Gestão Territorial, diretor do Conselho Científico para Agricultura Sustentável - CCAS