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05/07/2022
Entre seis a sete meses de idade esses animais cruzados alcançam em torno de 220 a 240 quilos, na média, uma arroba a mais é garantida em comparação com o zebu. Tem bezerros que apresentam 220 quilos, já aos 5 meses. A afirmação é do Clorisvaldo, trabalhador da fazenda OIAC, localizada nos municípios de Porto Franco e São João do Paraíso, no Maranhão. Ele faz referência a um demonstrativo da crescente utilização da raça brangus na região Norte e no Nordeste brasileiro.
A propriedade que introduziu a raça na década de 1980 vê cada vez mais os resultados aparecendo: bezerros 15% mais pesados na desmama, em comparativo com os animais somente da raça nelore.
“É visível um encurtamento da idade à primeira cria das novilhas, em seis meses das cruza brangus em relação ao nelore. Sem necessidade de qualquer mudança no manejo na fazenda, em relação ao que é feito com o nelore, um gado mais rústico. E quando falamos de características, é importante ressaltarmos a obtenção de ganhos através da heterose do sangue europeu x zebu, sem perda de adaptação e rusticidade”, explica o coordenador do projeto e zootecnista da Fazenda OIAC, Roberto Maciel.
O uso de novas raças que potencializam a pecuária é um reflexo da melhora na produção bovina nessas regiões. Segundo dados da pesquisa pecuária municipal realizada pelo IBGE no ano de 2020, o Estado do Pará é o nono entre os vinte e cinco maiores rebanhos do Brasil, e de acordo com dados levantados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), só a cidade de Marabá, teve crescimento no rebanho de 417% nos últimos 20 anos.
“No Maranhão, por exemplo, temos facilidade de escoamento via transatlântico, e no Pará um crescimento de rebanho muito expressivo, ambos estados fazem parte do MATOPIBA, a nova fronteira da pecuária brasileira, onde a raça brangus tem se colocado como uma excelente opção. Atualmente são sete criatórios da raça no Nordeste e mais nove na região Norte, um aumento de 27,5% no número de registro dos animais em dois anos”, enfatiza Roberto Grecelle, executivo da Associação Brasileira de Brangus (ABB).
Segundo a ABB, adaptabilidade parece ser a palavra chave. Por ter sangue de zebuínos e da raça angus, o brangus traz muita versatilidade, produz muito bem à campo no calor tropical, em cima dos diferentes capins, além de ter melhor resistência ao carrapato, em relação aos taurinos puros.
Na fazenda Três Marias em Castanhal no Pará, o reprodutor brangus é utilizado no repasse, em vacas nelore, com ótimos resultados, mesmo sendo uma região de clima quente e úmido. “Essa utilização visa ter um produto totalmente adaptado ao bioma amazônico, um produto com diferencial em ganho de peso, valorização na venda, maior peso ao desmame, resolvendo o problema da fêmea porque esse produto oriundo do touro brangus com a vaca nelore é uma matriz com maior habilidade, com muito mais leite e mais dócil”, aponta Zoroastro Azevedo Junior, proprietário da fazenda.
Dia do Brangus
Com o intuito de trazer ainda mais informação para os produtores nordestinos, a ABB realiza no dia 7 de julho, em Imperatriz, no Maranhão, o Dia do Brangus, durante a Expoimp 2022.
O evento realizado em parceria com o Sindicato Rural de Imperatriz, trará além do leilão com a oferta de quatrocentos animais da raça brangus, palestras, dia de campo, oficinas e degustação de carne.
“Será um evento para que o produtor conheça ainda mais a raça brangus, com uma programação totalmente dedicada a quem quer aperfeiçoar seus conhecimentos e entender mais sobre a capacidade da raça de incrementar a produtividade, com manejo simples e animais extremamente adaptados”, enfatiza o presidente da ABB, Ladislau Lansarics Junior.
Fonte: Agro Agência Assessoria