O presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, defendeu a capacidade de renovação e inserção de novas fontes no setor elétrico, em especial, do biogás, durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia que debateu a modernização do setor elétrico (PL 414/2021), realizada nesta terça-feira (28/10).
Gardemann chamou atenção para a disponibilidade de resíduos, o chamado “pré-sal caipira”, que hoje corresponde a mais de 100 milhões de m³/dia de biogás. “São quase 20 GW de geração descentralizada, despachável e descarbonizada desperdiçados”, alertou.
Entre as vantagens do biogás para o setor elétrico, Alessandro destacou a estrutura de custos em reais corrigida pelo IPCA no longo prazo. “Não podemos subestimar a exposição ao dólar a aos riscos que o nosso sistema elétrico enfrenta na matriz energética atual. Estamos vendo os problemas que setor de gás natural está tendo na Europa e nos Estados Unidos, e esta previsibilidade de preços que o biogás pode dar ao sistema elétrico é essencial”, pontuou.
O presidente da ABiogás lembrou que, assim como as fontes solar e eólica tiveram uma rápida inserção no setor elétrico, o mesmo pode ocorrer com o biogás. “Precisamos manter os incentivos corretos, transitórios e que considerem os estágios diferentes de maturidade das fontes. Temos que manter a capacidade de inserção de novas fontes no setor elétrico trazendo racionalidade econômica, mas mantendo os incentivos temporários durante esta fase de transição”, afirmou.
A intensidade de carbono na matriz energética também foi alvo das considerações de Gardemann. “Não podemos construir uma matriz que na margem seja baseada somente em back-ups fósseis. Acelerar o mercado livre é importante, mas mantendo o princípio da capacidade de renovação e inserção de novas fontes no setor”, concluiu.
A audiência foi convocada a requerimento do deputado Paulo Ganime (NOVO/ RJ) e contou com a participação de 18 representantes de entidades governamentais, associações e instituições de pesquisa.