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09/02/2021
O interesse dos produtores rurais brasileiros pela produção de bioinsumos dentro das propriedades tem se tornado cada vez maior. As técnicas naturais de controle de pragas e doenças são consideradas eficientes, seguras e contribuem para a redução de custos.
Os bioinsumos abarcam uma ampla gama de produtos de origem biológica, como microrganismo, insetos, biomassa e diversos biopreparados e são utilizados também para a nutrição das plantas, impactando positivamente a produção agropecuária.
Os tomates orgânicos do produtor Sávio Ferreira, de Planaltina de Goiás, por exemplo, recebem uma nutrição feita por ele mesmo. A fórmula foi passada por especialistas seguindo todos os protocolos necessários.
Segundo Sávio, esses bioinsumos de fabricação própria ajudaram a trazer mais assertividade na aplicação e principalmente a reduzir custos. “Você analisa a fase da planta e faz as dosagens conforme a necessidade que ela apresenta no dia a dia”, disse.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tem participado de diversos debates sobre o assunto, sempre defendendo a liberdade dos agricultores para que eles continuem produzindo bioinsumos para uso próprio em suas propriedades.
“O agricultor já faz isso há bastante tempo e de forma segura. Não existe, portanto, nenhuma justificativa para impedir que o produtor continue produzindo bioinsumos na propriedade”, afirmou o consultor de tecnologia da CNA, Reginaldo Minaré.
Segundo ele, a CNA, no trabalho de construção das normas para a produção de bioinsumos, atuará para garantir a liberdade dos agricultores e contribuir para que as normas sejam as mais objetivas e funcionais possíveis.
A produção desses produtos biológicos não é uma tarefa fácil. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o produtor deve contar com o auxílio de um técnico para que o produto final seja de qualidade.
“Esses produtos estão dentro do decreto da Lei dos Orgânicos e têm sido utilizados na cultura orgânica e em alguns casos na convencional e quando feitos de forma correta são muito eficazes. Cada microrganismo tem sua característica própria e é necessário ter estrutura, controle de qualidade adequado e um responsável técnico na propriedade”, explicou a pesquisadora da Embrapa, Rose Monnerat.
O engenheiro agrônomo, produtor rural e herdeiro acionista do Grupo Agrosalgueiro, Rogério Mitsunobu Aoyagui, disse que, com o uso de bioinsumos, em cinco anos de safra de soja, a produção teve incremento de 22% e redução de 20% dos custos.
“A produção sustentável não é só o uso de bioinsumos, mas o tratamento de sistema, reduzindo custos elevados e uso excessivo de recursos. É produzir cada vez mais por hectare, respeitando o meio ambiente, garantindo cada vez mais alimentos saudáveis para a sociedade”.
A produção de bioinsumos no Brasil deve crescer nos próximos anos. O Programa Nacional de Bioinsumos apresentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) traz importantes pontos para desenvolver o setor, como acesso a crédito e regulamentação da atividade dentro da fazenda.
O fomento será feito via crédito rural nas modalidades de custeio para aquisição de bioinsumos ou investimento para montagem de biofábricas. As linhas para esse financiamento estão no Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro).
“A proposta do Ministério é dar segurança jurídica aos produtores de uso convencional de que esses produtos podem ser produzidos para uso próprio de acordo com a lei do decreto vigente”, informou o diretor de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, Carlos Goulart.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA