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03/03/2023
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamentos para a FS Bioenergia (R$ 100 milhões) e a para a Alcoeste (R$ 40 milhões). Os recursos serão investidos na ampliação da eficiência energético-ambiental e na certificação dos processos produtivos das plantas de biocombustíveis localizadas em Lucas do Rio Verde (MT) e Fernandópolis (SP), respectivamente. Essas são as primeiras operações apoiadas no novo formato do Programa BNDES RenovaBio, que em dezembro teve seu custo reduzido e passou a ter metas de diminuição de emissões de carbono atreladas à eficiência energético-ambiental de cada cliente.
Desde seu lançamento, em 2021, o Programa BNDES RenovaBio acumula uma carteira de 12 operações e mais de R$ 1 bilhão em financiamentos. Os apoios financeiros do Banco nessa linha estão inseridos na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), do Ministério de Minas e Energia (MME).
A expectativa é que, com esse conjunto de operações, as empresas alcancem a emissão de CBIOs correspondentes a 3,4 milhões de toneladas de carbono evitados por ano, um aumento de cerca de 13% da atual (3 milhões). Esse total é equivalente à captura de carbono proporcionada pelo plantio anual de 23,8 milhões de árvores.
Os financiamentos constituem um tipo de crédito financeiro alinhado aos critérios de ASG (que considera aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa), voltado a estimular a redução de emissões de carbono com o uso de biocombustíveis.
Caso o cliente comprove o atendimento da meta, os juros básicos do BNDES podem ser reduzidos em até 0,4%, chegando a 0,9% ao ano. A taxa de juros total do empréstimo é acrescida ainda do custo financeiro, que pode ser TLP, Selic, dentre outros.
De acordo com José Luis Gordon, diretor do BNDES, “o Programa BNDES RenovaBio cumpre papel duplamente relevante nas prioridades da nova gestão do BNDES, pois além de estar conectado a uma Política Pública do Governo Federal, estimula a produção mais eficiente de biocombustíveis e assim contribui para a descarbonização do setor de transportes”.
“O estímulo ao aumento da eficiência energético-ambiental na produção de biocombustíveis alinha-se ao compromisso do governo atual com uma efetiva agenda ambiental, retomando o RenovaBio como instrumento fundamental para a descarbonização da nossa matriz de combustíveis, gerando incentivos para quem oferta e garantindo maior previsibilidade para quem compra”, declarou Pietro Mendes, secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do MME.
“O etanol da FS tem uma das menores pegadas de carbono do mundo e fomos pioneiros na implantação de uma política socioambiental rigorosa, com ferramentas que permitem a rastreabilidade e monitoramento do milho processado. Vamos continuar buscando eficiências em direção à nossa visão de produzir etanol com pegada negativa de carbono”, diz Rafael Abud, CEO da FS.
“O desenvolvimento do programa RenovaBio tem o mérito de reconhecer e remunerar a eficiência energética, além de reduzir emissões de gases de efeito estufa durante todo o processo de produção, comercialização e utilização dos biocombustíveis, gerando maior sustentabilidade ao mercado dos combustíveis verdes e renováveis, aprimorando resultados extremamente desejáveis para o futuro do Brasil e do restante do mundo. A Alcoeste tem o Renovabio como objetivo fundamental a melhoria contínua de sua produção, e uma das melhores notas desde a primeira avaliação em 2018, porém nosso objetivo é melhorar continuamente, ainda mais, nossa nota de elegibilidade ao Renovabio”, declarou Luis Antonio Arakaki, diretor-presidente da Alcoeste.
Metas — Os empréstimos não são associados a projetos específicos, mas a metas de desempenho ambiental, social e/ou de governança a que os clientes se comprometem ao acessar o crédito. As empresas que alcançarem as metas de redução de emissão de CO2 estipuladas pelo programa terão redução na taxa de juros.
Para avaliar o cumprimento das metas, o BNDES utiliza o Fator de Emissão de Certificados de Descarbonização (CBIOs), um indicador oficial publicado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que contempla toda a certificação do RenovaBio por meio da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) dos processos produtivos.
O CBIO é um ativo ambiental registrado por instituições financeiras e comercializado por produtores e distribuidores de combustíveis e outros investidores em mercado organizado. Uma unidade de CBIO corresponde a uma tonelada de carbono que deixa de ser emitida no meio ambiente pela utilização de combustíveis fósseis.
O Programa BNDES RenovaBio pretende, assim, contribuir para o aumento da produtividade e da difusão de inovações tecnológicas no setor, assim como para o desenvolvimento do mercado nacional de créditos de carbono e de pagamento por serviços ambientais.
Fonte: BNDES Imprensa
Fonte: BNDES Imprensa