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Foto: Divulgação
21/05/2021
Brasil e China precisam ampliar os mecanismos de cooperação e de troca de informações nas áreas de finanças verdes e agricultura sustentável, defenderam participantes do Diálogo Brasil-China em Agricultura Sustentável, cuja primeira sessão foi realizada nesta quinta-feira e que se encerra nesta sexta-feira. O presidente do Institute of Finance and Sustainability (IFS) da China, Ma Jun, afirmou que o país asiático tem recursos e 700 fundos verdes, mas carece de informações sobre projetos de agricultura sustentável no Brasil que poderiam receber financiamentos. “Se o setor financeiro pode prover recursos para apoiar uma cadeia de suprimentos verdes, então os produtores se beneficiam com o aumento de cultivos que podem reduzir emissões, evitar desmatamento e prevenir perda de biodiversidade”, disse Ma.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, ressaltou que o Brasil tem um dos maiores programas do mundo de agricultura de baixo carbono, o Plano ABC+, que já levou à adoção de tecnologias do tipo em 20% da área cultivada do país. Tang Renjian, ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, apresentou quatro propostas para aprofundar a cooperação bilateral em agricultura, incluindo o desenvolvimento conjunto de tecnologias que viabilizem a produção sustentável, além de um pilar voltado a estreitar visitas técnicas e intercâmbios.
O presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Marcos Troyjo, ressaltou que o aumento da renda em países asiáticos, como a Indonésia, elevará o consumo de alimentos no mundo, o que torna ainda mais urgente a adoção de tecnologias que aumentem a produtividade rural de maneira sustentável. Organizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) em conjunto com o IFS, o Diálogo foi o primeiro evento a reunir representantes de governos, empresas e thinks tanks de ambos os lados para uma ampla discussão sobre agricultura sustentável.
O desafio agora é aumentar as trocas de informações e conexões entre o setor financeiro e fundos verdes da China e produtores no Brasil. Na avaliação de Ma Jun, o CEBC pode contribuir para a criação de mecanismos permanentes de intercâmbio entre os dois lados. “É um desafio estimulante, que está em linha com a prioridade do Conselho de promoção da sustentabilidade no relacionamento bilateral, particularmente entre empresas brasileiras e chinesas ”, declarou o embaixador Castro Neves sobre a sugestão de Ma.
DEBATES
No primeiro painel da manhã, O Papel das Finanças Verdes no Apoio à Agricultura Sustentável, Ma destacou que as finanças verdes são baseadas em quatro pilare: a definição de sua taxonomia, indicando claramente seus objetivos, a transparência e divulgação dos benefícios dos projetos, a variedade de produtos, como empréstimos, especialmente de longo prazo, e as políticas de incentivo envolvidas. As finanças verdes, salientou Ma, apoiam diversos segmentos, para além de correlatos à agricultura, como energia limpa e transporte.
Com moderação do ex-embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, o painel reuniu ainda o ex-chefe de análise de risco do Fundo de Cooperação China-América Latina e Caribe, Fan Xiwen, o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Antônio Chiarello, a diretora de Produção Sustentável e Irrigação da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do MAPA, Mariane Crespolini, e o diretor de Agronegócio do Bradesco, Roberto França.
O segundo painel, Práticas Sustentáveis na Agropecuária e Ações Corporativas, ressaltou iniciativas de sustentabilidade das empresas. Participaram o CEO Global na BRF S.A., Lorival Luz, o diretor de Estratégia e Planejamento do Centro Nacional para Estratégia de Mudança Climática e Cooperação Internacional do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China, Chai Qimin, o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Agricultura, Muni Lourenço, a presidente da Divisão Crop Sicence da Bayer no Brasil, Malu Nachreiner, e o vice-presidente da Pengdu Agriculture & Animal Husbandry, Li Yebin.
Fonte: CEBC