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04/08/2021
As ações realizadas pela Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS/CATI) têm sido, há décadas, fundamentais para a expansão das pecuárias de corte e leite no Estado de São Paulo. Atuando em consonância com a pesquisa; orientando e acompanhando os pequenos e médios pecuaristas; bem como executando programas, projetos e políticas públicas, o trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento vem contribuindo para consolidar as bases técnicas que elevaram a pecuária de corte a ter um Valor de Produção Agropecuária (VPA) de mais de R$ 13,656 bilhões e a ocupar a segunda colocação no ranking de atividades de maior importância econômica no cenário do agronegócio paulista (IEA,2020). Teve, também, grande impacto na trajetória que elevou a pecuária leiteira aos patamares atuais, com quase 30 mil propriedades, de acordo com o LUPA (2016/17), um rebanho de mais 689 mil cabeças e uma produção de 1,8 bilhões de litros de leite, que gerou uma renda de R$ 2,749, em 2020.
Atualmente, entre as ações de Ater voltadas às pecuárias de leite e corte, ganham destaque como linhas estratégicas de trabalho: Boas Práticas de gestão da propriedade; nutrição do rebanho; recuperação de pastagens degradadas; Boas Práticas sanitárias e de reprodução; manejo sanitário animal; manejo reprodutivo, como inseminação artificial e outras técnicas; manejo de ordenha; prevenção, controle e tratamento de mastite; melhoramento genético do rebanho; conforto e bem-estar animal; destinação adequada de resíduos; agregação de valor; qualidade do leite e da carne; e produção de alimentos seguros.
"As ações extensionistas desenvolvidas na pecuária são realizadas por meio das Casas da Agricultura, instaladas em vários municípios. A execução das atividades leva em conta as características locais e a demanda dos pecuaristas, principalmente dos familiares, pequenos e médios. Especificamente na área de leite, temos centenas de exemplos, em todo o Estado de São Paulo, de pequenos pecuaristas que melhoraram a produtividade, qualidade e rentabilidade por meio de ações técnicas integradas, as quais determinaram a permanência de muitos na atividade, com melhor gestão do seu negócio e acesso ao mercado, com organização rural e agregação de valor à produção", afirma o zootecnista Diego Barrozo, líder do Grupo Técnico de Bovinocultura Leiteira da CDRS/CATI, acrescentando que as capacitações e a transferência de tecnologia e conhecimento ‒ nas áreas de produção, gestão e comercialização, tanto de técnicos da rede quanto de pecuaristas ‒ serão intensificadas, para ampliar ainda mais o desenvolvimento sustentável dessa cadeia produtiva.
Identificando a necessidade de uma atuação mais intensiva, por conta da importância econômica da atividade e sua maciça presença nas propriedades, a CDRS/CATI está reestruturando o Grupo Técnico (GT) de Bovinocultura de Corte. "Dados do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA, 2019), realizado pela instituição, demonstram que, das 339 mil UPAs paulistas, 54,47%, ou seja, cerca de 185 mil, desenvolvem pecuária de corte, leite e mista; desse universo, 23,53% são exclusivamente de corte. Em nossos levantamentos de campo, averiguamos que grande parte dos produtores tem a pecuária de corte como segunda atividade, por conta de seu baixo risco, da alta liquidez e do giro rápido de capital: ela é como uma ‘poupança’ na propriedade. Sendo assim, por estar presente na maioria das propriedades, inclusive nas pequenas e médias, é fundamental uma ação de extensão rural coordenada, com diretrizes estratégicas padronizadas, as quais poderão ser definidas e alinhadas pelo GT, que será composto por técnicos de várias regiões paulistas", explica Nádia Ferreira Dibiasi, zootecnista da CDRS Regional Marília e integrante do Grupo Técnico. A técnica acrescenta que, entre as frentes de trabalho que devem ser intensificadas, estão as orientações técnicas para evitar e/ou recuperar pastagens degradadas, incentivando o manejo adequado para melhor conservação do solo. "Outra frente importante de trabalho da extensão rural diz respeito à adequação ambiental das propriedades que desenvolvem a pecuária de corte. Para tanto, uma das principais ferramentas a serem incentivadas são os sistemas integrados, sendo o principal a Integração, Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), que promove a diversificação e o melhor uso das áreas".
Um pouco de história
Nos dois segmentos, a CDRS/CATI complementou a atuação da pesquisa, desenvolvendo um intenso trabalho de Ater e fomento desde a década 1970, priorizando ações de sanidade animal; melhoramento genético e de manejo de pastagens; execução do Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL); cessão de tourinhos da raça holandesa para reprodução; realização de exposições e torneios leiteiros em todo o Estado de São Paulo; divulgação de conhecimento e geração de tecnologia; capacitações de pecuaristas; desenvolvimento do Projeto CATI Leite; implementação do Plano Mais Leite, Mais Renda; realização de exposições em diversas regiões, principalmente na área de corte, para disseminar tecnologias de melhoramento genético, as quais mudaram não apenas o plantel paulista, mas toda a concepção da cadeia.
Outra ação que influenciou a expansão das pecuárias de corte e leite foi a realização de projetos e leilões para incentivar o produtor a fazer seleção criteriosa do plantel e favorecer o acesso ao crédito para aquisição de reprodutores e matrizes.
Na área de pastagens, a implantação do Método CATI de Formação de Pastagens revolucionou a área, mudando a metodologia de usar mudas na formação - sistema caro e demorado -, para a utilização pioneira de sementes, sendo a espécie forrageira inicialmente recomendada o capim colonião; e depois, entre outras, as braquiárias, que se tornaram a principal base de formação das pastagens brasileiras.
Fonte: Assessora de Imprensa da CDRS/CATI