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20/05/2022
O Brasil conta hoje com o maior rebanho de búfalos do Ocidente, cerca de 3 milhões de animais, e a indústria do setor movimenta R$ 1 bilhão por ano no país, segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB). Atualmente, 30% das criações são destinadas à produção de leite e, nos últimos anos, o rebanho leiteiro tem crescido a uma taxa de 45% ao ano. É atenta ao potencial desse mercado que a Certified Humane acaba de lançar a certificação de bem-estar para búfalos.
A preocupação com o bem-estar animal tem ganhado cada vez mais espaço dentro da cadeia produtiva do agronegócio. Com uma maior conscientização das pessoas por adquirirem produtos certificados e com garantias de cuidados ao animal, muitas categorias de produção e espécie já possuem selos que comprovam a qualidade e o bem-estar. A exemplo temos os bovinos de corte e leiteiros, suínos, ovinos, frangos de corte e galinhas poedeiras. E, agora, os búfalos também poderão receber a certificação.
Idealizada pela Humane Farm Animal Care (HFAC), principal organização internacional sem fins lucrativos de certificação voltada para a melhoria da vida das criações animais na produção de alimentos, a certificação é garantia de qualidade. Para fins de certificação, os búfalos são divididos em duas categorias: bubalinos de corte (para carne e derivados) e bubalinos de leite (para laticínios e derivados lácteos). Cada uma requer atenção especial, já que possuem características e necessidades próprias que precisam ser atendidas para assegurar que os animais estejam com a saúde plena e em estado de bem-estar físico e mental. “Para o criador obter a certificação de bem-estar animal, ele precisa cumprir determinadas regras de manejo. De modo amplo, é necessário estar atento a quatro pontos: alimentação, ambiente, manejo e saúde. Para os bubalinos de corte se inclui o transporte e o abate. Em cada um definimos regras específicas que são a baliza para garantir a certificação”, comenta Luiz Mazzon, diretor da Humane Farm Animal Care na América Latina e Ásia.
No que se refere à alimentação, por exemplo, os bubalinos devem ter acesso à água fresca e a uma dieta equilibrada. O leite deve ser mantido na alimentação até os dois meses de idade para os bubalinos de leite e até os seis meses, ou até o animal atingir o peso mínimo de 180 quilos, no caso dos bubalinos de corte. Na questão do ambiente, o foco é proteger os animais de desconforto físico e térmico, medo e estresse. A mesma preocupação vale para os cuidados com manejo e saúde, pois os bubalinos possuem o andar mais lento que outros bovídeos e devem ser manejados tranquilamente. E, no caso dos animais de corte, acrescentam-se os cuidados no transporte para o abate humanitário. Todas as normas para obter a certificação de bubalinos podem ser conferidas no referencial que está disponível no site da Certified Humane, nos links: Bubalinos de corte e Bubalinos de leite. A professora Dra. Rosangela Poletto, membro do Comitê Científico do programa HFAC e que coordenou a elaboração das normas para búfalos, destaca o rigor da metodologia, seguindo os principais referenciais internacionais.
Estudo realizado pelo professor Dr. André Mendes Jorge e pela pesquisadora Dra. Caroline de Lima Francisco, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), aponta que devido aos desafios globais enfrentados nos últimos anos, o perfil do consumidor mudou e novos elementos foram introduzidos aos elos das cadeias produtivas que destinam as mercadorias ao consumo humano. Os pesquisadores destacam que, atualmente, tais elementos estão diretamente relacionados aos anseios, experiências, benefícios à saúde e a preocupação do consumidor quanto à forma ética, sustentável, responsável e humana que aquele produto foi desenvolvido, e fazem parte das chamadas megatendências de consumo. Segundo as pesquisas na área, com todos os atributos qualitativos demonstrados em relação a carne e o leite (e seus derivados) de búfalo, bem como os trajetos possíveis para alcançar o produto final e o crescimento constante da cadeia produtiva, “fica evidente que os derivados de búfalo possuem condições inquestionáveis para suprir a demanda das megatendências que influenciarão o consumo até 2030”.
Fonte: Assessoria de Imprensa Instituto Certified Humane - Primeira Via Comunicação