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31/03/2023
*Por Daniel Pedroso, especialista agronômico da Netafim Brasil
A safra 2023/2024 se iniciará, provavelmente, em abril de 2023 e segundo relatórios do PECEGE há grande otimismo para o setor, onde haverá uma recuperação de produtividade de 72 ton/ha para quase 80 ton/ha.
Um dos grandes responsáveis por esse ótimo resultado é o alto índice pluviométrico que, conforme demonstrado pelo gráfico abaixo, aponta chuvas acima da média histórica.
Mas, essa realidade não deverá durar muito tempo, pois se observarmos o mesmo gráfico, nos meses de março e abril haverá uma redução natural nos índices, dando início a safra da região centro sul, com a colheita dos canaviais precoces.
Tenho uma grande convicção que mesmo com a baixa luminosidade nesses últimos meses e por isso baixo crescimento do canavial, as produtividades desse início de safra serão altas, no entanto, com baixíssimo ATR. Mas, o que me chama a atenção é como irão se comportar os canaviais quer serão colhidos no meio e no final de safra.
Se fizermos uma analogia fisiológica, podemos chegar a uma conclusão: os canaviais colhidos meio e final de safra, ou até mesmo os plantados a partir de setembro de 2022 se desenvolveram com altos índices de chuva que duram até o presente momento.
Ou seja, solo saturados de água, com água em abundância próximo a sistema radicular, com isso, fisiologicamente as plantas não necessitaram aprofundar raízes na “busca de água”. E quando a chuvas cessarem e o solo entrar em ponto de murcha? As plantas, com raízes superficiais, não terão água para suportar o período de estiagem que normalmente durará até outubro de 2023, com isso, provavelmente, ocorrerá queda acentuada na produtividade.
No entanto, caso se confirme esse cenário, os irrigantes devem ficar preparados, pois a cultura irá demonstrar estresse hídrico acentuado mais precocemente que nos últimos anos. E com um fator mais agravante, os canaviais estarão grandes e a irrigação por salvamento (atualmente o tipo de irrigação mais utilizado) será de pouca ajuda.
Mas, para mitigar esse dano, os fornecedores e unidades produtivas podem contar com a irrigação por gotejamento, pois pelo fato de os tubos gotejadores estarem enterrados e com acesso as raízes das plantas, é possível fazer a irrigação dos canaviais durante todo o ciclo da cultura, principalmente com a cana-de-açúcar grande, sem que haja as perdas de evaporação, deriva e efeito guarda-chuva, tão normais na irrigação por aspersão.
Por isso, o otimismo para essa safra é válido e muito provavelmente iremos recuperar as produtividades, no entanto, fica o alerta na queda abrupta de produtividade nos canaviais de meio e final de safra, devido os fatores fisiológicos da cana-de-açúcar. Para isso, a irrigação por gotejamento, pode ajudar em manter as altas produtividades no terço final das safras, demonstrando um excelente método para se irrigar canaviais adultos.
Fonte: Assessoria de Imprensa Netafim - Alfapress Comunicações
Fonte: Assessoria de Imprensa Netafim - Alfapress Comunicações