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24/10/2019
No acumulado desde o início da safra 2019/2020 até 16 de outubro, a moagem somou 510,26 milhões de toneladas, contra 485,97 milhões de toneladas apuradas no mesmo período do ano passado – alta de 5,00%.
Para o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, em 2018 as chuvas de primavera foram antecipadas e comprometeram a operacionalização da colheita, reduzindo o aproveitamento de moagem. “Em contrapartida, a condição climática de 2019 garantiu um melhor rendimento operacional nas últimas quinzenas, permitindo um avanço da safra em relação aos índices observados no último ciclo agrícola”, concluiu.
De fato, as informações apuradas até o momento revelam uma antecipação do término da safra 2019/2020. Até 16 de outubro deste ano, 25 unidades do Centro-Sul haviam encerrado a safra, contra 20 usinas até a mesma data de 2018. Por sua vez, essas 25 empresas registraram retração de 13,5% na moagem. Na segunda quinzena do mês, espera-se que outras 41 unidades finalizem as atividades desse ciclo, ante apenas 32 verificadas em 2018.
Produtividade e qualidade da matéria-prima
Com relação a produtividade agrícola, o indicador apurado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) mostra que o rendimento dos canaviais atingiu 79,84 toneladas por hectare colhido no acumulado de abril a setembro de 2019. Trata-se de um incremento de 4,58% quando comparado a igual período de 2018.
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), por sua vez, alcançou 154,29 kg por tonelada de matéria-prima na primeira quinzena de outubro, 8,35% superior ao resultado observado na mesma data do ano anterior (142,40 kg por tonelada).
No acumulado da temporada, entretanto, o indicador de qualidade continua cerca de 2 kg por tonelada inferior ao apurado no ciclo anterior. Até 16 de outubro, o teor de ATR na planta atingiu 138,12 kg por tonelada, contra 140,28 kg por tonelada no mesmo período de 2018.
Produção de açúcar e etanol
Acompanhando o avanço quinzenal da moagem, a produção de açúcar cresceu na primeira metade de outubro deste ano e atingiu 1,91 milhão de toneladas, contra 1,12 milhão de toneladas em idêntica quinzena do ano anterior.
Nesse período, 34,65% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 32,30% observados nos primeiros 15 dias de outubro de 2018.
O executivo da UNICA alerta que “na safra atual, o pico de concentração de ATR foi deslocado para o final de setembro e início de outubro. Logo, era esperado que as usinas tivessem dificuldades para reverter mais cana-de-açúcar para a fabricação de etanol nesse período”. Com a queda do ATR nas próximas quinzenas, espera-se um mix de produção ainda mais alcooleiro diante dos preços atrativos e da demanda aquecida pelo biocombustível, completou Rodrigues.
A fabricação de açúcar alcançou 23,71 milhões de toneladas no acumulado desde o início da temporada 2019/2020 até 16 de outubro. Esse valor é próximo daquele registrado em 2018 (23,46 milhões de toneladas), apesar do avanço da moagem em quase 25 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nesse mesmo período.
“Esse incremento da produção de açúcar observado até o momento reflete o avanço da colheita propiciado pelas condições climáticas favoráveis nas últimas quinzenas. Trata-se, porém, de uma condição pontual, já que a citada expansão da moagem não deve permanecer até o final da safra”, analisa o diretor da UNICA.
“A moagem acumulada observada até 16 de outubro desse ano foi igual àquela verificada no final de outubro de 2018. Ao comparar esses períodos com moagem equivalente, é possível verificar que a produção de açúcar hoje está aquém daquela registrada no ciclo 2018/2019”, acrescentou.
O volume fabricado de etanol, por sua vez, alcançou 2,29 bilhões de litros nos primeiros 15 dias de outubro (689,25 milhões de litros de etanol anidro e 1,60 bilhão de litros de etanol hidratado). No agregado da safra, a produção do biocombustível totalizou 27,52 bilhões de litros (8,31 bilhões de litros de etanol anidro e 19,20 bilhões de litros de etanol hidratado), alta de 5,93% em relação ao mesmo período do ciclo 2018/2019.
Importante ressaltar que os resultados acima incorporam também a fabricação do renovável a partir do milho. Na primeira quinzena de outubro, essa totalizou 20,21 milhões de litros de etanol hidratado e 44,06 milhões de litros de etanol anidro. A produção acumulada na temporada 2019/2020 alcançou 667,32 milhões de litros (448,08 milhões de litros de etanol hidratado e 219,23 milhões de litros de etanol anidro).
Vendas de etanol
Nos 15 dias iniciais de outubro, a venda de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somou 1,42 bilhão de litros. Desse valor, 1,34 bilhão de litros foram destinados ao mercado interno e apenas 73,82 milhões de litros para exportação.
Do total comercializado no mercado doméstico, 357,76 milhões de litros referem-se ao etanol anidro e 989,97 milhões de litros ao etanol hidratado. No caso do etanol hidratado, a cifra representa um crescimento de 4,35% sobre o resultado da mesma quinzena de 2018 (948,69 milhões de litros).
“As vendas de etanol hidratado pelas unidades do Centro-Sul confirmam a demanda aquecida pelo produto em decorrência da sua competitividade na maior parte do mercado brasileiro e do crescimento do consumo de combustíveis leves no País”, explica o diretor da UNICA.
No acumulado desde 1º de abril até 16 de outubro, as vendas internas de hidratado já alcançaram um aumento superior a 15%, atingindo 12,61 bilhões de litros, contra apenas 10,96 bilhões em 2018.
Fonte: UNICA