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10/05/2022
Sabe aquela velha expressão “ver para crer”? Pois bem… no diagnóstico da mastite clínica ela se aplica muito bem. E sabe por quê? Porque não precisa de muito esforço para percebermos que algo não está legal com os animais da fazenda e a identificação da mastite clínica geralmente é realizada no próprio momento da ordenha, afinal, os sinais que a vaca nos dá são fundamentais e podem ser notados a olho nu.
É por isso que uma mão de obra treinada e uma equipe sempre antenada e observadora fazem toda a diferença! E claro, não menos importante, sempre apoiadas por ferramentas que auxiliem nesse processo para realmente concretizar as percepções iniciais de que o “trem está andando fora dos trilhos”.
Presença de alterações visuais no leite associados ou não a sintomas de inflamação no úbere e/ou indícios sistêmicos podem ser indicativos da doença. São vários os sinais aparentes nas vacas e – como exemplo – temos: queda na produção leiteira, redução no consumo, febre, prostração, desidratação, vermelhidão no úbere, entre outros. Sabe quando o funcionário chega e diz: “Xiiiii… hoje aquela vaca está jururu”? Pois bem, pode apostar que tem algo se passando com ela e há reais chances de ser mastite clínica.
Vale lembrar que a mastite clínica pode ser classificada de acordo com o grau de gravidade da reação inflamatória em leve, moderada ou grave.
E como diagnosticamos a mastite clínica?
Há várias possibilidades de apoio para identificar o problema no rebanho além da visualização direta dos sintomas. Abaixo, listamos algumas delas:
As metodologias de cultura microbiológica são, na maioria das vezes, de baixo custo e fácil execução, porém a acurácia dos resultados depende dos procedimentos de coleta das amostras, de seu manuseio e transporte. As amostras de leite devem estar livres de contaminação (como pelos e sujidades do ambiente) a fim de evitar resultados falso-positivos, e também, livres de resíduo de antibióticos para evitar resultados falso-negativos, portanto, as amostras devem ser coletadas antes do início do tratamento (quando este realmente se fizer necessário).
Ainda sobre a cultura, a sua principal vantagem é permitir uma tomada de decisão mais rápida em relação aos tratamentos e aplicações de medidas de manejo, uma vez que a identificação do agente se dá entre 18 a 24 horas após a detecção dos casos clínicos de mastite, ao contrário dos resultados de cultura convencionais (laboratório) que podem demorar alguns dias para ficarem prontos. Além disso, como os resultados de cultura negativos são bastante frequentes em amostras de mastite clínica (44%), esse método de diagnóstico possibilita o uso racional de antibióticos, reduzindo assim, os custos com o tratamento, descarte de leite com resíduos de antibióticos e o risco de resistência antimicrobiana por patógenos causadores de mastite.
Como sempre, prevenir é um dos principais e melhores remédios!
Segundo uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Lavras (UFLA), o aumento da frequência média anual de mastite clínica influencia diretamente no impacto econômico da mastite. O elevado impacto econômico evidencia a necessidade de monitoramento da doença e adoção de medidas preventivas, buscando reduzir a incidência do problema de forma a diminuir os prejuízos ocasionados. No caso do estudo em questão, as despesas com as medidas preventivas representaram – no máximo – 19,7% do impacto econômico, o que demonstra vantagens em investir nessa prática, pois ela irá contribuir significativamente para diminuição dos custos relacionados à mastite.
No estudo, foram consideradas como prevenção as despesas com monitoramento (cultura e antibiograma, contagem de células somáticas no tanque e contagem de célula somática individual), pré e pós dipping, vacinação, tratamento de vacas secas e manutenção de ordenhadeira.
Por definição, considera-se impossível eliminar todas as perdas causadas pela mastite em uma fazenda, desta forma, medidas de controle e prevenção podem minimizar a ocorrência da doença e resultar em relações custo-benefício favoráveis aos produtores.
Em regiões com a cadeia produtiva em desenvolvimento como o Brasil, há a necessidade de se fornecer infraestrutura e treinamentos técnicos para auxiliar produtores a adotarem eficientemente estratégias de manejo que minimizem o desenvolvimento de novas infecções e que resultem na produção de leite seguro e de alta qualidade para o consumo.
Fonte: Assessoria de Imprensa OnFarm - Assis Comunicações