Mesmo alcançando níveis históricos de preços, o preço da cebola pode começar a reduzir a partir de junho. No mês de maio, houve forte alta nas cotações do produto no comércio de hortigranjeiros do país devido ao encerramento da safra de Santa Catarina, que reduziu a quantidade enviada aos mercados. Somado a isso, o atraso na saída da cebola da região Nordeste e o fato das safras em Goiás (Cristalina) e no Triângulo Mineiro estarem ainda em seu início, não sendo suficientes para reduzir os preços desta cultura. Mas, a partir deste mês, o abastecimento da cebola é feito por várias regiões produtoras no país, com isso é esperado o aumento da oferta e a queda nos preços.
As análises são do 6º Boletim Prohort, divulgado nesta quinta-feira (18) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estudo destaca ainda que as importações do bulbo tiveram grande incremento no mês de maio, indicando aumento no consumo. O volume passou de 48,4 mil toneladas para 74,3 mil t, ou seja, 53% de aumento. Na comparação com o mesmo mês em 2019, a alta das importações é ainda maior, chegando a 124%.
O Prohort mostra que, além da cebola, outra hortaliça também demonstrou aumento significativo de preços nas centrais em maio: a batata chegou a subir 77% em Brasília/DF e 39% em Curitiba/PR. Nas cotações do mês, somente tomate e cenoura registraram queda, também no DF, PR, CE e outros estados.
Frutas – Com relação às frutas, houve redução para a maioria das Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas, com exceção da melancia, que teve oscilações entre os mercados. O destaque maior foi para a redução nos preços da banana. Esse cenário ocorreu mesmo com algumas espécies no período de entressafra, como no caso da prata, e a menor produção da nanica. Segundo o Boletim, a explicação está na demanda mais retraída, que pode ter sido influenciada pelas restrições de mobilidade, diminuindo o consumo em restaurantes, bares e feiras livres. Além disso, a suspensão das aulas nas unidades de ensino, devido à pandemia do novo coronavírus, também influenciou nessa retração, já que não houve aquisição dos produtos para a merenda escolar.
O volume acumulado de exportação de frutas no Brasil até maio de 2020 foi 6,8% menor em relação ao mesmo período de 2019. O valor medido em dólares diminuiu 15,41%. O destaque foi para o crescimento do volume das exportações de maçãs, limões e limas e banana e abacate, mesmo nesse cenário de crise.