Os produtores de raiz de mandioca estão retraídos. Mesmo diante da alta nos preços e a melhora no rendimento do amido, muitos se queixam dos elevados custos de produção e do tempo seco para extração da raiz e adiam ao máximo suas vendas. A análise é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou a conjuntura mensal do produto na última quinta-feira (20).
De acordo com o estudo, o atraso na comercialização do produto tem gerado problemas direto para as fecularias e farinheiras que, diante da melhora em seus mercados, têm dificuldades em conseguir a matéria-prima para ampliarem a produção. “As farinheiras, ao contrário das fecularias, que dispõem de demanda interna e externa e conseguem repassar boa parte do aumento de seus custos, estão sofrendo pressão nos preços e sacrificando margens para fechar negócios”, explica Fernando Motta, gerente de Produtos Agrícolas da Conab.
Com a produção de mandioca no país estimada em 18,7 milhões de toneladas para o ano de 2021, colhidas em uma área de 1,23 milhão de hectares, a conjuntura mostra ainda que o saldo da balança comercial do produto vem subindo a cada mês. Em abril, o superávit chegou a US$ 1,6 milhão. Com o dólar e a fécula tailandesa em alta, o interesse dos compradores internacionais pelo produto brasileiro tem aumentado.
No mercado interno, São Paulo foi o estado onde os preços da raiz mais subiram (16,99%) e atingiram o maior valor da região, cotados na última semana em uma média de R$ 458,23/t. No Paraná, a alta foi de 9,02%, com o preço médio de R$ 454,77/t, e no Mato Grosso do Sul o valor registrado chegou a R$ 448,50/t, alta de 8,38%, ambos no mesmo período.
No caso da região Nordeste, o clima se manteve bastante propício à produção da mandioca, o que gerou uma boa oferta do produto. Na Bahia, por exemplo, os preços caíram 1,96%, fechando o mês com a raiz cotada em média a R$ 320,94/t. No Pará, os preços também caíram 4,65%, encerrando com R$ 425,45/t.
Quanto aos preços da fécula, a demanda no mercado interno também tem garantido preços mais altos, sendo São Paulo também o que apresentou a maior alta (8,44%), com valor médio de R$ 2.606,87/t. No Mato Grosso do Sul o preço registrado na última semana foi R$ 2.470,59, alta de 7%. No Paraná, a elevação de 6,40% garantiu uma cotação de R$ 2.537,18/t.