Roberto Rodrigues foi enviado especial do agronegócio para a COP30 Foto: Bruno Carachesti
27/11/2025
Sobre o Plano Clima, Roberto Rodrigues disse que o setor privado fará parte de um grupo de trabalho para finalizar a elaboração do texto
O ex-ministro da Agricultura e enviado especial do setor para a COP30, Roberto Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (26/11) que já recebeu várias mensagens de estrangeiros interessados em investir na agropecuária brasileira após articulações feitas no evento em Belém (PA).
"Desde o fim de semana, estou recebendo mensagens de várias pessoas do exterior me pedindo sobre como investir no agro tropical brasileiro. Vai ter gente investindo", afirmou durante discurso em evento em Brasília.
Questionado sobre as discussões do Plano Clima, Rodrigues disse que o setor privado fará parte de um grupo de trabalho sugerido pelo Ministério do Meio Ambiente para finalizar a elaboração do texto. A sugestão foi feita na COP30 após o impasse em torno da alocação das emissões oriundas do desmatamento ilegal. O setor agropecuário não aceitou ser responsabilizado por essas emissões, o que o tornaria o principal emissor do país.
Segundo ele, ainda não deu tempo de conversar sobre o tema após a COP30, mas espera avançar com as tratativas em breve. A articulação de Rodrigues foi determinante para evitar o anúncio do texto original Plano Clima, que foi avaliado como prejudicial ao agro por integrantes do setor.
Rodrigues afirmou ainda que o Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) vai finalizar, até 2026, um estudo sobre o mercado global de alimentos para mapear oportunidades e estratégias para os produtores e o governo brasileiro.
O estudo é chamado de AgroBrasil50. "Quero saber daqui até 2050 quem vai produzir o quê no mundo para definir estratégias de comércio. Quero saber quem vai produzir o quê, comprar o quê, para quem vai vender, o que vai consumir", disse. Segundo ele, as informações serão essenciais para orientar a tomada de decisão do setor privado e para a definição de políticas públicas. "Nós vamos ser patrocinadores da paz mundial. O agro tropical brasileiro replicado no mundo todo", completou.