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18/11/2024
Após cinco anos sem consenso, o Grupo de Trabalho de Agricultura conseguiu aprovar uma declaração ministerial. O documento destaca quatro eixos prioritários: segurança alimentar, enfrentamento das mudanças climáticas, inclusão social e combate à fome, além da promoção de práticas agrícolas sustentáveis.
Nesta sexta-feira (13), o GT de Agricultura do G20 concluiu sua reunião ministerial em Chapada dos Guimarães, no estado brasileiro de Mato Grosso, com a assinatura de uma declaração histórica. Após cinco anos sem alcançar consenso, 23 ministros e representantes de quase 50 países aprovaram, por unanimidade, um documento que prioriza a sustentabilidade agrícola, sistemas produtivos resilientes e o enfrentamento das mudanças climáticas.
O evento contou com a presença de delegações dos países membros do G20 e de organismos internacionais e reforça a liderança do Brasil na presidência do grupo. Entre os principais compromissos assumidos estão a inclusão social e econômica de pequenos produtores, comunidades indígenas e quilombolas, e a transição para uma agropecuária regenerativa.
O ministro brasileiro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou a importância do momento: "Depois de cinco anos sem consenso, superamos as divergências em prol de uma agropecuária sustentável, inclusiva e de combate à pesca predatória. Esta declaração marca um novo rumo para a produção agropecuária e à pesca sustentável do mundo."
Os debates, que começaram em fevereiro, foram conduzidos ao longo de várias reuniões, culminando na declaração ministerial que elenca quatro prioridades fundamentais. "Essa não é apenas uma carta. É uma declaração que foi construída por unanimidade e representa um compromisso de todos os países com a sustentabilidade e a segurança alimentar global", afirmou Fávaro.
Entre os pontos apresentados está uma das principais preocupações atualmente: "As mudanças climáticas chegaram e estão cada vez mais intensas, precisamos agir de forma concreta para enfrentar essas adversidades. O G20 assume compromissos com a inclusão social, com a extinção da fome, com oportunidades econômicas a pequenos produtores, a comunidades quilombolas e indígenas. Acho que foram temas muito relevantes nos compromissos firmados", acrescentou Fávaro.
A Declaração Ministerial também inclui medidas voltadas para a integração de práticas agrícolas sustentáveis, com o uso de bioinsumos e tecnologias modernas. O Brasil conseguiu emplacar como modelo a recuperação de pastagens degradadas, prática que pode aumentar a produção de alimentos de forma sustentável.
A Declaração Ministerial aprovada pelo GT de Agricultura, assim como as declarações dos demais grupos de trabalho do G20, será incorporada à declaração final que será apresentada na Cúpula de Líderes do G20, que ocorrerá em novembro no Rio de Janeiro. O presidente Lula apresentará, na ocasião, a proposta de um pacto mundial contra a fome, consolidando o tema como prioridade global.
Segurança alimentar e sustentabilidade: A agricultura deve ser transformada para enfrentar as consequências aceleradas das mudanças climáticas e as crescentes taxas de insegurança alimentar global. Práticas agrícolas sustentáveis são essenciais para mitigar esses efeitos e garantir a nutrição adequada para todos.
Combate à fome e pobreza: Os ministros reafirmaram o compromisso de erradicar a fome e a pobreza, destacando a importância da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a ser lançada na Cúpula de Líderes do G20 em novembro de 2024.
Mudanças climáticas e biodiversidade: A declaração reafirma o compromisso com o Acordo de Paris e a implementação do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, com foco em soluções que protejam ecossistemas e aumentem a sustentabilidade agrícola.
Inclusão e inovação: Políticas agrícolas devem atender pequenos agricultores, povos indígenas, mulheres e jovens, integrando novas tecnologias e conhecimento tradicional para enfrentar os desafios da agricultura moderna.
A declaração também salienta a importância do comércio local e internacional na distribuição de alimentos e o apoio ao desenvolvimento econômico sustentável, especialmente para países em desenvolvimento.