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02/09/2021
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista, por sua Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), vêm realizando uma série de levantamentos amostrais com a finalidade de estabelecer ou mesmo alterar o status de ocorrência de diversas doenças e pragas no estado de São Paulo. Esta parceria é de fundamental importância para o agronegócio paulista, pois é a partir destes levantamentos que são estabelecidas as regras de produção, trânsito e comercialização de uma cultura.
“O início do levantamento amostral da doença chamada mal do Panamá, causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. Cubense, que está entre as várias doenças que acometem a bananicultura foi iniciado no mês de agosto de 2021”, disse o engenheiro agrônomo da Defesa, Rafael de Melo Pereira explicando que “uma amostragem oficial tem como finalidade estabelecer o status sanitário de uma área ou, neste caso um Estado, para a ocorrência de uma doença ou praga de interesse econômico”.
O mal do Panamá ou Fusariose raça 4 Tropical é considerada praga quarentenária ausente no país, conforme legislação específica do Mapa, que emitiu alerta sobre a doença, após receber comunicado de emergência fitossanitária nacional realizada pelo Serviço Nacional de Sanidade Agrária do Peru (Senasa) informando a ocorrência da praga no território peruano.
Sobre o mal do Panamá raça 4 Tropical
Hoje são conhecidas 4 raças de Fusarium oxysporum f. sp. cubense, sendo a raça 4 subdividida em sub-tropical (ST4) e tropical (TR4).
A raça 1 afeta as cultivares como Gros Michel, Maçã e Prata, e a raça 2 ataca especificamente a cultivar Bluggoe, no Brasil chamada ‘Figo’. Já a raça 4 - TR4 tem como hospedeiro as cultivares do subgrupo Cavendish (Nanicão, Nanica, Grande Naine, Valery, etc.) e todas as cultivares resistentes e suscetíveis às raças 1 e 2. A raça 3 ataca as helicônias (plantas de uso ornamental), mas não as bananeiras.
A raça 4 - TR4 não está presente no Brasil, porém já encontra-se disseminada na Austrália, República Popular da China, Indonésia, Malásia, em Laos, Moçambique, Myanmar, Omã, Taiwan, no Líbano, Paquistão e Vietnã, e mais recentemente foi detectada na Colômbia, este último com fronteira com o Brasil.
Como saber se a minha plantação está com a doença?
Os sintomas da TR4 são semelhantes aos sintomas das raças 1 e 2, dificultando seu diagnóstico.
O surgimento dos sintomas pode ser observado pelo amarelecimento das folhas, iniciando das bordas para o centro e atingindo primeiro as folhas mais velhas, progredindo para as mais novas. Com o avanço do fungo, as folhas apresentam-se murchas e quebram próximo do pseudocaule, conferindo às plantas a aparência de guarda-chuva fechado. As folhas centrais permanecem eretas.
Os sintomas internos só podem ser observados através de cortes transversais ou longitudinais no pseudocaule. São observadas descolorações pardo-avermelhadas nos vasos. A área típica afetada do pseudocaule consiste de um anel necrótico envolvendo o cilindro central. A possível ocorrência da TR4 pode ser indicada observando-se cultivares sentinelas, ou seja, cultivares que são resistentes às raças 1 e 2, como as do subgrupo Cavendish(Nanica, Nanicão, Grande Naine,etc.) subgrupo Terra (D’Angola, conhecida no Amazonas como Pacovan, Comprida, Farta Velhaco, Terra Anã, etc.) e Thap Maeo, Caipira, BRS Conquista, Pacovan Ken, BRS Japira, BRS Vitória, BRS Platina, BRS Caprichosa, BRS Pacoua e BRS Princesa.
Mas o que podemos fazer para auxiliar na identificação desta doença?
Havendo suspeita de sintomas do mal do Panamá em cultivares resistentes às raças 1 e 2, a área deve ser isolada, não permitindo a circulação de pessoas na área, visto que o fungo pode ficar presente no solo por mais de 30 anos.
A Superintendência Federal de Agricultura, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA/Mapa) e/ou a CDA deverão ser notificados, não devendo o produtor realizar coletas de amostras ou qualquer outra atividade no local. As ferramentas e utensílios utilizados nos tratos culturais do plantio com suspeita de sintomas deverão ser desinfetados com hipoclorito de sódio.
O uso de mudas produzidas in vitro, ou de origem comprovada minimiza os riscos de introdução de doenças na área de cultivo.
A disseminação desta doença pode acarretar em danos incalculáveis para o agronegócio de Paulista. No site da CDA, em www.defesa.agricutura.sp.gov.br, o produtor encontra os telefones e os e-mails dos escritórios para entrar em contato.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo