A demanda por gasolina e etanol no Brasil despencou durante o mês de março, impactada principalmente pelas restrições de mobilidade por todo o país, em especial no estado de São Paulo, devido à pandemia de COVID-19. É o que aponta o Relatório de Petróleo da América Latina da S&P Global Platts Analytics, que mostra ainda que o diesel teve um cenário completamente oposto, com a demanda sustentada por setores como a agricultura e o transporte.
De acordo com o levantamento, em março, o consumo médio de etanol hidratado foi de 325 mil barris por dia, queda de 55 mil barris em relação a fevereiro. As vendas de gasolina C, que utiliza 27% de etanol em sua composição, caíram de 620 mil barris por dia em fevereiro para 570 mil barris por dia em março.
“A recuperação da demanda no curto prazo continuará a ser fortemente influenciada pela taxa de infecção de COVID no país, que melhorou recentemente, mas continua muito alta. Com isso, moderamos nossas projeções de demanda para o resto do ano”, afirma Lenny Rodriguez, líder de produtos e análise de petróleo da América Latina da S&P Global Platts. Segundo ele, para o segundo trimestre de 2021, a projeção de demanda total para gasolina e etanol é de 845 mil barris por dia, 75 mil barris por dia a menos do que em relação ao segundo trimestre de 2019, ano pré-pandemia.
Diesel – Em contraste com a gasolina e o etanol, a demanda por diesel no Brasil, durante o mês de março, chegou a 1,13 milhão de barris por dia, de acordo com estimativas da Platts Analytics. O número representa aumento robusto de 125 mil barris por dia em relação a fevereiro.
O relatório da S&P Global Platts Analytics aponta que a alta procura pelo diesel foi sustentada por setores como a agropecuária, com a colheita da cana-de-açúcar bem encaminhada, além do transporte, com a distribuição de alimentos, bens de consumo e medicamentos, que são feitos principalmente por caminhões.