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12/11/2013
Peter Baron, que deixará a ISO após 20 anos, prevê maior concentração na exportação de açúcar e avalia que usinas brasileiras devem se recuperar da crise. Depois de quase vinte anos no cargo de diretor-executivo da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês), o alemão Peter Baron deixará em dezembro o cargo para se aposentar. Quando assumiu a função, o Brasil ainda emergia no comércio internacional da commodity, com algo próximo de 6% de participação, ainda atrás de importante produtores, como os europeus e os cubanos. Atualmente, o açúcar brasileiro é líder das exportações globais, com fatia de 50%, façanha que Baron, naquela época, jamais imaginaria ser possível. Mas essa não foi a única das surpresas que o Brasil trouxe ao mercado de açúcar. Para Baron, a diversificação brasileira a partir da cana-de-açúcar, com a produção de etanol e eletricidade em larga escala, é um exemplo do que indústria açucareira mundial, responsável por ofertar 175 milhões de toneladas do produto por ano, deveria fazer para se proteger dos altos e baixos cada vez mais frequentes desse mercado. "Até os mais eficientes produtores de açúcar não vão conseguir avançar sem diversificação. Esse exemplo vem do Brasil. Não importa o que acontecer no mercado mundial, a indústria brasileira sobrevive melhor", avalia Peter Baron. À diversificação, o executivo acrescenta os novos produtos provenientes da sacarose da cana, como os bioquímicos e os bioplásticos. Em recente entrevista ao Valor durante a conferência de açúcar da Datagro, em São Paulo, Baron recordou que quando chegou à ISO, em 1995, encontrou uma associação praticamente falida, com a quebra do então regime soviético, que debilitou a maior potência açucareira da época, Cuba. "Não sabíamos como pagaríamos os salários ou o aluguel", lembra. Naquela época, o Brasil exportava em torno de 2 milhões de toneladas de açúcar, bem abaixo das cerca de 27 milhões de toneladas atuais. A guinada da indústria açucareira do Brasil naquele contexto teve uma grande "ajuda" do etanol, na visão de Baron. Ele se lembra da primeira vez em que participou de um workshop no Brasil com tema etanol e meio ambiente. "Aquilo parecia não fazer o menor sentido. Os membros da organização me questionavam: o que eles estão fazendo? Hoje, a energia está no topo das preocupações do mundo", afirma. A ISO tem entre suas funções a elaboração de estatísticas e estudos especiais e atualmente 50% das encomendas nesse sentido têm como tema a "diversificação". Apesar do ambiente de mercado retraído para o etanol neste momento, o diretor da organização acredita que o biocombustível ainda se tornará, sim, uma commodity internacional e terá um papel importante, particularmente em países menores. "Para eles, será importante produzir etanol, mesmo se não forem os mais eficientes. Ao ser considerado o gasto para importar petróleo, produzir etanol pode ser uma grande vantagem", diz Baron. O entusiasmo do diretor da Organização Internacional de Açúcar com o etanol não significa que as perspectivas para o açúcar não sejam promissoras. Segundo Baron, o crescimento da demanda mundial por açúcar, de 2% a 2,5% ao ano, representa um consumo adicional de 3 milhões de toneladas. Peter Baron, que deixará a ISO após 20 anos, prevê maior concentração na exportação de açúcar e avalia que usinas brasileiras devem se recuperar da crise. Depois de quase vinte anos no cargo de diretor-executivo da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês), o alemão Peter Baron deixará em dezembro o cargo para se aposentar. Quando assumiu a função, o Brasil ainda emergia no comércio internacional da commodity, com algo próximo de 6% de participação, ainda atrás de importante produtores, como os europeus e os cubanos. Atualmente, o açúcar brasileiro é líder das exportações globais, com fatia de 50%, façanha que Baron, naquela época, jamais imaginaria ser possível. Mas essa não foi a única das surpresas que o Brasil trouxe ao mercado de açúcar. Para Baron, a diversificação brasileira a partir da cana-de-açúcar, com a produção de etanol e eletricidade em larga escala, é um exemplo do que indústria açucareira mundial, responsável por ofertar 175 milhões de toneladas do produto por ano, deveria fazer para se proteger dos altos e baixos cada vez mais frequentes desse mercado. "Até os mais eficientes produtores de açúcar não vão conseguir avançar sem diversificação. Esse exemplo vem do Brasil. Não importa o que acontecer no mercado mundial, a indústria brasileira sobrevive melhor", avalia Peter Baron. À diversificação, o executivo acrescenta os novos produtos provenientes da sacarose da cana, como os bioquímicos e os bioplásticos. Em recente entrevista ao Valor durante a conferência de açúcar da Datagro, em São Paulo, Baron recordou que quando chegou à ISO, em 1995, encontrou uma associação praticamente falida, com a quebra do então regime soviético, que debilitou a maior potência açucareira da época, Cuba. "Não sabíamos como pagaríamos os salários ou o aluguel", lembra. Naquela época, o Brasil exportava em torno de 2 milhões de toneladas de açúcar, bem abaixo das cerca de 27 milhões de toneladas atuais. A guinada da indústria açucareira do Brasil naquele contexto teve uma grande "ajuda" do etanol, na visão de Baron. Ele se lembra da primeira vez em que participou de um workshop no Brasil com tema etanol e meio ambiente. "Aquilo parecia não fazer o menor sentido. Os membros da organização me questionavam: o que eles estão fazendo? Hoje, a energia está no topo das preocupações do mundo", afirma. A ISO tem entre suas funções a elaboração de estatísticas e estudos especiais e atualmente 50% das encomendas nesse sentido têm como tema a "diversificação". Apesar do ambiente de mercado retraído para o etanol neste momento, o diretor da organização acredita que o biocombustível ainda se tornará, sim, uma commodity internacional e terá um papel importante, particularmente em países menores. "Para eles, será importante produzir etanol, mesmo se não forem os mais eficientes. Ao ser considerado o gasto para importar petróleo, produzir etanol pode ser uma grande vantagem", diz Baron. O entusiasmo do diretor da Organização Internacional de Açúcar com o etanol não significa que as perspectivas para o açúcar não sejam promissoras. Segundo Baron, o crescimento da demanda mundial por açúcar, de 2% a 2,5% ao ano, representa um consumo adicional de 3 milhões de toneladas.Fonte: A Redação
Fonte: A Redação