O Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla) recebeu nesta terça-feira (17), a visita do embaixador da República de Moçambique no Brasil, Murade Isaac Miguigy Murargy, durante encontro para conhecer o funcionamento do setor sucroenergético brasileiro. Ele foi recepcionado pelo presidente do Conselho do Apla, José Antonio de Godoy, e pelo secretário-executivo, Flávio Castelar, na sede do Simespi, onde assistiu apresentação das atividades do arranjo produtivo e obteve uma visão geral do setor. Em seguida, visitou o Parque Tecnológico de Piracicaba e a sede do Grupo Dedini.“Já temos legislação para adicionar 25% de etanol na gasolina”, disse Murade, que se autodenominou “um fanático pela energia renovável”. De acordo com o representante do governo moçambicano, a produção nacional já é suficiente para atender a demanda atual, mas a expectativa do país africano é obter excedente para exportar. Como produtor de açúcar – faz 250 mil toneladas ao ano – Moçambique vende, principalmente, aos Estados Unidos e à União Europeia.Durante sua apresentação, Flávio Castelar destacou a importância de o Brasil compartilhar a tecnologia com países interessados em desenvolver a produção de energia renovável. “Precisamos de parcerias porque uma parte expressiva dos equipamentos (para uma usina) fica mais barato se forem fabricados no país onde será instalado, aumentando a competitividade dos nossos equipamentos e gerando desenvolvimento local”, disse.José Antonio de Godoy, presidente do Conselho do Apla, lembrou que a cadeia produtiva do setor sucroenergético no Brasil movimenta cerca de 23 bilhões de dólares por ano e emprega mais de um milhão de pessoas. “A indústria do etanol emprega 20 vezes mais mão-de-obra por litro produzido do que a dos combustíveis fósseis”, disse, para enfatizar a importância social no desenvolvimento da produção agrícola e industrial para o país africano.O objetivo da visita, além de atualizar as informações sobre o setor e as atividades do Apla, é começar a desenhar uma parceria para desenvolver ações conjuntas entre o cluster e o Governo de Moçambique, visando maximizar a implantação do programa de bioenergia no país africano.