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12/06/2019
A Embrapa Soja e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) acabam de lançar uma publicação sobre O nematoide da haste verde Aphelenchoides besseyi, causador da Soja Louca II. Nas lavouras de soja, o problema foi identificado há mais de dez anos e há registro de que pode causar reduções de até 100% na produtividade. A doença causa abortamento de flores e vagens, enrugamento e escurecimento das folhas. O nematoide da haste verde predomina em regiões quentes e chuvosas como os estados do Mato Grosso, Pará, Maranhão, Tocantins e Amapá.
“A. besseyi, conhecido mundialmente como um patógeno que afeta as culturas do arroz, do morangueiro e de algumas plantas ornamentais, nunca foi problema para a soja e o algodão e, em função da sua menor expressão econômica sobre culturas agrícolas quando comparado aos nematoides-de-galha, de cisto e das lesões radiculares, esses nematoides eram pouco estudados”, contam os pesquisadores Maurício Meyer, da Embrapa Soja, e Luciany Favoreto, da Epamig Oeste. “Porém, é imprescindível gerar resultados de pesquisa para o estabelecimento de estratégias de controle, no menor prazo possível, para minimizar as perdas na produção de soja e de algodão”, alertam.
Histórico da Soja Louca II - Por mais de dez anos, diversos pesquisadores brasileiros tentaram identificar a causa da Soja Louca II (SL-II). Somente em 2015, os pesquisadores da Embrapa e da Epamig Oeste identificaram o nematoide da haste verde da soja, Aphelenchoides besseyi, como agente causal da Soja Louca II.
Meyer diz que os sintomas da SL-II são observados no início da fase reprodutiva da soja, que apresenta afilamento das folhas do topo das plantas, enrugamento das folhas e engrossamento das suas nervuras. Além disso, as folhas com sintomas apresentam coloração mais escura e menor pilosidade em relação às folhas normais. Também é observado que as hastes exibem deformações e engrossamento dos nós. As vagens podem apresentar lesões, rachaduras, apodrecimento, redução do número de grãos e menor pilosidade.
Os pesquisadores revelam ainda que as plantas afetadas registram um alto índice de abortamento de flores e vagens, provocando, muitas vezes, a indução de uma nova floração e sintomas de superbrotamento. “Esse abortamento de flores e vagens impede o processo natural de maturação da planta, permanecendo com as hastes, pecíolos e folhas verdes, mesmo após a aplicação de herbicidas dessecantes”, relatam.
Favoreto destaca a elevada capacidade de multiplicação de A. besseyi em soja, podendo completar um ciclo vital num período de oito a dez dias. Além disto, este nematoide pode sobreviver também, em algumas plantas invasoras (trapoeiraba, agriãozinho-do-pasto, cordão-de-frade e caruru), ou alimentando-se de fungos decompositores de matéria orgânica em restos culturais.
Fonte: Embrapa Soja
Fonte: Embrapa Soja