Digite o que procura
10/07/2024
Por Editada por Nayara Machado
Editada por Nayara Machado
O ano de 2023 foi de “recordes num mundo faminto por energia”, resume o Energy Institute na divulgação do seu mais recente Statistical Review. O consumo total de energia primária chegou a 620 Exajoules (EJ), 2% acima do nível de 2022, 0,6% acima de sua média de dez anos e mais de 5% acima do nível pré-Covid de 2019.
Cresceram também as emissões de gases de efeito estufa provenientes do uso de energia, processos industriais e queima de metano, a 2,1%, superando o recorde estabelecido em 2022.
De acordo com os analistas do instituto sediado no Reino Unido, foi a primeira vez na história que as emissões relacionadas à energia ultrapassaram o nível de 40 GtCO₂e, com as emissões do uso direto de energia ultrapassando inéditos 35 GtCO₂e.
O mundo está consumindo cada vez mais energia. A maioria dos mercados já retomou suas expectativas de crescimento de longo prazo pré-Covid e os problemas na cadeia de suprimentos deram um alívio no último ano.
Este cenário levou à recuperação do consumo de combustíveis fósseis, principalmente na China.
Globalmente, a demanda por petróleo bruto ultrapassou o nível de 100 milhões de barris por dia pela primeira vez na história e a demanda por carvão superou em 1,6% o recorde do ano anterior, alcançando 179 EJ.
Por mais que o consumo de energia renovável tenha crescido a uma taxa seis vezes maior que a do consumo total de energia primária, o deslocamento dos fósseis ocorre a passos lentos.
A participação das renováveis no consumo total de energia primária atingiu 14,6%, um aumento de 0,4% em relação ao ano anterior – justamente o percentual que deixou de ser ocupado pelos fósseis. Se juntar a energia nuclear, fontes livres de carbono representaram mais de 18% do consumo total de energia primária.
Já o consumo de combustíveis fósseis representou 81,5% do consumo de energia primária.
Em 2023, o comércio internacional total de petróleo, gás e carvão foi 53% maior do que em 2000. Coletivamente, as regiões da América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico consumiram 78% da energia total mundial em 2023.
Segundo o relatório, as emissões de CO2 provenientes da queima de fósseis aumentaram 7%, juntamente com as emissões de metano e processos industriais, que também foram 5% maiores.
A produção global de biocombustíveis cresceu mais de 8% em 2023, com os maiores aumentos observados nos EUA, com 75 milhões de barris equivalentes/dia, e no Brasil (65 mboe/d), mostra o Energy Institute.
Na região da Ásia-Pacífico, a Indonésia foi responsável por cerca de 46% da produção, de 422 mboe/d.
No total, 54% de todo o volume de biocombustíveis para frota terrestre produzido foi de biogasolina, o que inclui etanol, e outros 46% de biodiesel.
EUA, Brasil e Europa foram responsáveis por cerca de três quartos de todos os biocombustíveis consumidos globalmente.
Fonte: epbr