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07/03/2022
O engenheiro Luiz Antônio dos Santos Pinto, presidente da Abrasol (Associação Brasileira de Energia Solar Térmica), ao comentar o crescimento de 4,6% do PIB em 2021, anunciado hoje (4/03) pelo IBGE, salientou que o setor contribuiu para o resultado, pois sua produção teve alta de 30% e o faturamento, 50%. “Embora nossa área de atividade seja pequena, ajudamos o Brasil a sair da recessão provocada pela pandemia”, frisou.
O dirigente afirmou que os resultados foram frutos de muito empenho dos empresários, da entidade de classe e dos próprios clientes. “Fizemos tudo sozinhos. Não tivemos qual apoio do governo para incentivar nossa atividade, embora a energia solar térmica tenha assumido, mais do que nunca, um papel estratégico para a economia e as famílias brasileiras. Afinal, somente os chuveiros elétricos, que podem ser substituídos com vantagens pela tecnologia, representam 7% do total da demanda do País e 37% do consumo de eletricidade das famílias”.
Luiz Antônio revela que o setor tem muito potencial de crescimento em 2022, pois está com capacidade ociosa superior a 50% em sua estrutura de produção. Assim, acentua, “se houver estímulo à atividade por parte do governo, como a inclusão do aquecimento solar térmico nos programas habitacionais, por exemplo, compraremos muito mais matérias-primas nacionais, as únicas que usamos, criaremos muito mais empregos e investiremos, ampliando nossa contribuição para o crescimento do PIB”.
Tratamento equânime
O presidente da Abrasol pondera ser necessário que o governo olhe para o aquecimento solar térmico da mesma forma como está tratando outras fontes de energia. Ele explica que o aquecimento solar de água não é ligado à rede elétrica, funcionando de modo independente. Ao contrário, porém, a geração fotovoltaica integra-se à produzida pela malha concessionária, cujas tarifas são crescentes.
Hoje, as contas de luz oneram muito as famílias e as empresas e alimentam a inflação. Para o engenheiro, é inadmissível que os aquecedores solares de água não sejam incluídos nos planos de expansão do setor, pois poderiam ajudar muito mais o País e contribuir para que milhares de famílias reduzissem seus gastos com eletricidade.
“O descaso com o setor é uma contradição com estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Governo Federal. O relatório constatou que, nos últimos dez anos, o Brasil não atingiu os valores planejados para a expansão da geração. A quebra da meta quase equivale à capacidade instalada da Usina de Itaipu, de 14 gigawatts. Este volume é praticamente o mesmo da produção acumulada dos aquecedores solares de água em operação no País, de 13,5 gigawatts. Apesar disso, a companhia estatal não reconhece esses equipamentos na matriz energética e não os inclui entre as soluções para a expansão da oferta”, aponta o presidente da Abrasol.
Para o engenheiro. “é uma omissão inexplicável, pois se trata de uma tecnologia totalmente nacional, extremamente eficiente e capaz de ajudar o Brasil a evitar blecautes, diminuindo o consumo de eletricidade principalmente no horário de ponta”. Os equipamentos geram energia térmica durante o dia e a armazenam para ser consumida à noite, funcionando como uma bateria. Proporcionam água quente nas torneiras e banhos quentes mesmo quando ocorrem apagões, ao contrário de qualquer tipo de aquecimento gerado a partir da rede elétrica.
O aquecedor solar de água é a alternativa mais eficaz para evitar o consumo dos chuveiros elétricos, que sobrecarregam muito o sistema no horário de ponta (entre 17 e 21 horas), representando mais de 7% de toda a eletricidade gasta no País e cerca de 37% da residencial, segundo dados do Balanço Energético Nacional da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2021) e Pesquisa de Posse de Hábitos de Uso e Consumo (Eletrobrás, 2019). O equipamento está presente no Brasil há mais de 40 anos, é altamente eficiente e sua tecnologia e matérias-primas são 100% nacional, gerando muitos empregos apenas no País.
Luiz Antônio afirma não entender por que essa tecnologia continua sendo ignorada pela EPE e as autoridades do setor, inclusive como solução para as moradias dos planos habitacionais do setor público. “Nosso parque fabril está preparado para atender a demandas elevadas, garantindo o fornecimento a todos os que quiserem comprar um aquecedor solar de água para melhorar o conforto, reduzir suas contas de luz e ajudar o País a enfrentar a crise energética”, ressalta o dirigente. O setor também tem elevado potencial de gerar postos de trabalho, à medida que aumenta sua produção, o que também seria importante para o Brasil neste momento de grave desemprego.
Fonte: Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação