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Foto: Divulgação
19/10/2021
A erva-mate pode ser muito mais que uma bebida típica de uma região, o seu potencial vai além deste uso e está cada vez mais em expansão. Todo este potencial será mostrado durante a Turismate, Festa da Erva-Mate promovida a cada dois anos na cidade de Ilópolis e que será digital em 2021, entre os dias 11 e 14 de novembro.
O engenheiro florestal, pesquisador da Embrapa Florestas, Ivar Wendling, destaca as principais potencialidades da erva-mate. “Vejo o grande potencial por ela ser uma planta que gera um produto natural, de sabor e uso diferenciados”, comenta.
O engenheiro completa que a erva também pode contribuir para uma vida mais saudável, devido à grande presença de compostos bioativos, os quais tem inúmeras ações benéficas e de interesse para a saúde humana”, frisa.
Conforme Wendling, no aspecto econômico, o setor das ervateiras, pode crescer. “Desde que implementem cada vez mais o controle de qualidade desde a produção da matéria prima, seu beneficiamento e acondicionamento. O setor precisa se organizar e trabalhar de maneira conjunta para crescer de forma sustentável no curto, médio e longo prazo. Precisa também levar o produtor junto neste processo, para que a atividade seja realmente um ganha-ganha”, acrescenta o engenheiro.
Qualidade e valorização
O coordenador Técnico do Programa Gaúcho para a Qualidade e Valorização da Erva-mate, Ilvandro Barreto de Melo destaca os principais aspectos do cultivo. “A região de ocorrência natural da erva-mate se localiza entre as latitudes de 21º S e 30º S e longitudes 48º 30´ W e 56º 10´ W, numa superfície estimada de 540.000 km². A distribuição natural da erva-mate, ocorre em dois tipos climáticos, conforme a classificação de Köeppen: Cfb (clima temperado) e Cfa (clima subtropical), com chuvas regulares. A presença da erva-mate está limitada ao Brasil, Paraguai e Argentina, sendo que no Brasil tem sua produção econômica nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. A espécie possui uma ampla diversidade de uso, tendo a maior concentração da matéria-prima (folhas e talos) usada na fabricação do chimarrão, tereré e chás”, declara.
Do extrativismo ao digital
Conforme Melo, a atividade ervateira no Rio Grande do Sul a exemplo da pecuária de corte, por sua característica de povoamento e dispersão natural, formou de forma pioneira a base econômica das reduções jesuíticas e do estado gaúcho. “Os dispersos ervais nativos no território do Rio Grande do Sul tiveram na ocupação original do território uma exploração fincada nas raízes do extrativismo, conservando até os dias atuais, em algumas situações, essa mesma forma exploratória”, esclarece.
Melo avalia que com o passar do tempo e o desaparecimento desses extensos ervais, a cultura passou a ter uma domesticação, através da implantação de novas áreas e a sua condução, mesmo com pouca base tecnológica, passou ser uma atividade de cultivo propositivo econômico, se desprendendo do status do puro extrativismo. “Embora a evolução do conhecimento, as necessidades e as oportunidades dos novos tempos tenham colocado a erva-mate em um patamar mais elevado no seu sistema de produção, a tecnologia aplicada e o modelo atual de condução da planta não alcançou ainda o nível de outras espécies introduzidas na agricultura regional”, argumenta.
O coordenador destaca que a pesquisa, a extensão rural e a compreensão tecnológica por parte da cadeia de produção estão redirecionando o modelo produtivo ervateiro, com menor ênfase ao extrativo e maior foco na inovação, no uso da tecnologia e da profissionalização. “Uma planta nativa da Mata Atlântica, com reconhecidas propriedades de multiuso, assume a partir deste século uma nova posição de destaque, sustentada ao longo dos tempos, desde o século XVI, quando nativos e espanhóis comungaram o primeiro mate. A Turismate online faz parte desse novo mundo do mate, proporcionando através das inovações tecnológicas uma nova realidade que liga o extrativo ao digital, o nativo ao imaginário. Rompe as barreiras geográficas, oportunizando a quem mesmo longe da Mata Atlântica, berço e morada da árvore símbolo dos gaúchos, tenha enfim a graça e o prazer de desfrutar essa saudável essência natural. O digital leva o mate às pessoas e traz as pessoas ao mate!”, finaliza Melo.
A realização da Turismate é de uma parceria entre Associação de Amigos da Erva-mate do Vale do Taquari e Prefeitura Municipal de Ilópolis.
Mais informações podem ser obtidas por meio do site oficial do evento: www.turismate.com.br.
Fonte: Assessoria de Imprensa Turismate