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04/10/2022
De acordo com o Especialista em Nutrição de Suínos da Vaccinar, Marcos H. Soares, existem estratégias nutricionais para a suinocultura que contribuem com a sustentabilidade e a redução da emissão de carbono e gases do efeito estufa na atmosfera. Ele explica que a maior parte dos gases de efeito estufa da atividade são produzidos, principalmente, na decomposição dos dejetos, sob condições anaeróbicas. “Dessa forma, uma estratégia para reduzir a emissão de carbono é aumentar a eficiência no uso dos ingredientes, diminuindo a concentração de nutrientes nos dejetos”, diz. Soares conta que aumentar a digestibilidade dos nutrientes ajuda a baixar a emissão de carbono. O Especialista da Vaccinar ressalta que as formulações devem ser pautadas pelo conceito de proteína ideal, baseado em aminoácidos digestíveis, a fim de reduzir o excesso de proteína e aminoácidos fornecidos aos animais, o que provoca redução na excreção de nitrogênio no ambiente, além de melhorar a eficiência alimentar dos animais, devido ao menor gasto de energia para metabolizar e excretar o excesso de nitrogênio vindo dos aminoácidos. Dessa forma, a redução na concentração de proteína bruta está correlacionada positivamente com a redução no volume de dejetos.
Outra estratégia, conforme Soares, é o uso de enzimas exógenas na nutrição, que promovem redução da excreção de fósforo e outros nutrientes, como cálcio e microminerais, e aumentam o aproveitamento desses nutrientes que estariam indisponíveis para o animal, melhorando assim a eficiência alimentar. “O uso das enzimas deve ser avaliado de acordo com a fase de produção animal e do tipo de ingrediente utilizado na ração, a fim de avaliar a concentração de substrato para atuação das enzimas”, observa.
As enzimas exógenas são recomendadas, pois proporcionam maior disponibilidade de nutrientes para os animais, reduzindo a contaminação ambiental pela excreção de nutrientes que estariam até então indisponíveis para os suínos.
PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO
A adoção de um programa de alimentação multi-fases também é importante para uma suinocultura sustentável. À medida que os animais vão crescendo, as exigências nutricionais vão se modificando, assim, fornecer uma dieta única ou com poucas fases, na maior parte do tempo, provê nutrientes em excesso aos animais, aumentando a excreção desses nos dejetos.
Assim, Soares lembra que o aumento no número de fases no programa de alimentação permite reduzir os níveis de nutrientes fornecidos, ajustando à exigência nutricional dos animais, diminuindo o excesso de nutrientes excretados pelos animais, atenuando o impacto na produção de gases de efeito estufa.
Na fase de terminação, o uso da ractopamina faz com que os animais demorem três dias a menos em média para atingirem o peso de abate, reduzindo assim a geração de dejetos e o impacto ambiental que os dias a mais de alojamento do plantel proporcionaria. Outro manejo alimentar praticado nesta fase é a restrição alimentar, utilizada com o intuito de reduzir a deposição de gordura na carcaça e melhorar a conversão alimentar, mas devido ao consumo reduzido de ração a taxa de passagem do alimento pelo trato gastrointestinal também é reduzida, possibilitando maior tempo de atuação enzimática sobre os nutrientes, aumentando a eficiência de digestão e absorção, o que promove redução da excreção diária dos nutrientes, principalmente fósforo, nitrogênio e microminerais.
Levando em conta as questões de manejo, o especialista recomenda atenção também na forma de castração dos suínos. De acordo com ele, para aumentar a eficiência de utilização dos nutrientes e reduzir a emissão de carbono as técnicas de imunocastração são as mais indicadas, pois permitem aproveitar a máxima eficiência alimentar e de deposição muscular dos animais por maior período, o que reduz a geração de dejetos e a concentração de nutrientes presentes nos mesmos. “Além de reduzir os nutrientes excretados, os produtores devem se atentar às estratégias de tratamento que mais se adequem ao tipo de dejeto gerado em suas propriedades a fim de reduzir as emissões de carbono pela suinocultura”, alerta.
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Fonte: PRESS COMUNICAÇÃO