O mix de produção na safra 2012/13 continua mais alcooleiro em relação à safra passada. De acordo com relatório divulgado pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), ontem (13), dos 532,53 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas, 50,47%, foram direcionadas para produção de etanol, que resultou em 21,36 bilhões de litros do biocombustível, sendo 12,54 bilhões de litros de hidratado e 8,81 bilhões de litros de anidro.Ainda pelos dados da Unica, do inicio da safra até 1º de março, foram comercializados 20,53 bilhões de litros de etanol, alta de 9,26% ante os 18,79 bilhões de litros vendidos em igual período na safra passada. As vendas ao mercado externo somaram 3,22 bilhões de litros, enquanto que as para o mercado interno atingiram 17,30 bilhões de litros.Indicador diárioSegundo o Indicador diário medido pela ESALQ/BVMF, o preço do etanol hidratado recuou nesta quarta-feira (13). O biocombustível foi negociado pelas usinas paulistas a R$ 1.294,00 o metro cúbico, queda de 0,46% ante os R$ 1.300,00 da terça-feira (12).Segundo analistas de mercado ouvidos pela agência de notícia Reuters nesta quarta-feira (13), os preços do etanol devem registrar certa estabilidade na temporada 2013/14, uma vez que o aumento da mistura à gasolina e a demanda exportadora compensarão uma oferta excedente prevista para a nova temporada. "Os preços atuais no mercado físico estão cerca de 10% acima dos verificados ao final de janeiro, ganhando sustentação com a alta da gasolina e com o anúncio da mistura maior no combustível fóssil, mas não devem oscilar muito nos próximos meses apesar da safra recorde de cana esperada", traz a agência de notícias. Segundo cálculos da Archer Consulting, com o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, haverá uma demanda adicional de 2 bilhões de litros do biocombustível, e estimam uma produção de 25,2 bilhões de litros de etanol em 2013/14. A Unica não divulgou suas estimativas para produção de etanol, mas prevê uma safra recorde de até 600 milhões de toneladas. "A entrada da safra vai ser alcooleira. Então é evidente que nesse caso o que vamos ver é uma pressão (de queda) maior nos preços do etanol no começo de safra", disse o consultor da Archer, Arnaldo Luiz Corrêa à Reuters, ponderando que a pressão pode ser amenizada pelas firmes exportações do combustível.