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09/11/2020
O período chuvoso na região central do Brasil se atrasou em pouco mais de duas semanas, mas as chuvas tendem a se intensificar nos próximos dias. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Ricardo Andrade, as previsões do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) apontam que na Região Centro-Oeste, irá chover de forma mais regular no mês de novembro. “Em dezembro, o volume acumulado tende a registrar índices mais baixos em relação ao mês anterior”, diz o pesquisador.
Em grande parte do Sudeste, as chuvas devem ficar entre a média e um pouco acima da média, com temperaturas ligeiramente abaixo da média climatológica. “Em termos de balanço hídrico, apenas em dezembro ocorrerá o excedente hídrico, prevê. Andrade ressalta, porém, que essas são previsões genéricas para as regiões, podendo ocorrer situações diferentes em algumas localidades específicas.
Para a Região Sul, o pesquisador aponta que os modelos do INMET indicam chuvas abaixo da média histórica (exceção para o noroeste do Paraná, onde choverá acima da média). “Vale ressaltar que, nos primeiros vinte dias de outubro, choveu menos de 25% do esperado para o mês em grande parte dos territórios de Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, conta Andrade. Em novembro, a previsão é de déficit hídrico na maior parte do Sul do país.
Segundo as previsões do INMET, haverá chuvas entre a média e um pouco acima da média na maior parte do território nordestino, mesmo assim, em termos de balanço hídrico, prevalecerá o déficit hídrico na Região. Exceto para o oeste e sul baiano, que terá condições climáticas favoráveis para ocorrência de excedentes hídricos nos meses de novembro e dezembro.
Andrade lembra que, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos EUA, as condições climáticas do período primavera/verão deste ano terão a influência do La Niña. O fenômeno favorece as chuvas nas Regiões Norte e Nordeste e provoca estiagens no Sul do país, condições que poderão afetar a safra 2020/21. Apesar da La Niña, a expectativa é que os preços dos produtos lácteos voltem a cair com final da entressafra.
Seca prolongada no inverno – Este ano, o período de estiagem se prolongou um pouco mais em algumas regiões do Brasil, o que acentuou os incêndios como os ocorridos no Pantanal. “No inverno, tivemos chuvas irregulares, com o déficit hídrico se intensificando no final da estação. A Região Sul foi a única onde as chuvas foram mais bem distribuídas, porém, abaixo da média”, diz Andrade. Segundo o pesquisador. A La Niña deve atuar até o mês de abril, com maior intensidade nos meses de dezembro e janeiro.
As safras podem ser afetadas com períodos de estiagem mais frequentes e o oeste do Rio Grande do Sul e Santa Catarina já sofrem com a falta de chuva. Como lembra Andrade, a agropecuária é bastante sensível ao clima. É preciso chover em momentos certos para que a planta se desenvolva. Os períodos de crescimento vegetativo, floração e enchimento dos grãos demandam água. Já, na colheita, água em excesso é prejudicial. Quanto às pastagens, o sistema radicular das gramíneas tem pouca profundidade. Chuvas concentradas num período curto ou intercaladas de veranicos prolongados afetam o desenvolvimento das pastagens.
La Niña – O fenômeno La Niña ocorre quando as temperaturas das águas do Oceano Pacífico se apresentam com anomalias negativas (< - 0,5ºC) em relação à média. O fenômeno ocorre de forma cíclica, intercalado com o El Niño e é capaz de atuar na distribuição de calor e de chuvas. Trata-se do oposto do El Niño, ou seja, temperatura das águas do Oceano Pacífico com anomalias positivas (> +0,5) em relação à média histórica. A condição de neutralidade dos fenômenos seria quando as anomalias de temperatura das águas do Pacífico estão entre -0,5ºC e +0,5ºC em relação à média histórica. Além de atuar no regime pluviométrico das Regiões Sul, Nordeste e Norte do Brasil, o fenômeno La Niña também provoca redução das chuvas no litoral do Chile, Peru e Equador.
Fonte: EMBRAPA
Fonte: EMBRAPA