Digite o que procura
14/01/2025
Tecnologia diminui a emissão de gases poluentes e possibilita a utilização do equipamento com diferentes tipos de combustíveis e biocombustíveis
Maior empresa do Brasil na produção de biocombustível em uma única planta, o Grupo Potencial anunciou um investimento de R$ 120 milhões para a aquisição de uma caldeira flex de alta pressão com cogeração de energia. Com o início da operação previsto para novembro de 2025, o equipamento deve contribuir para a diminuição do impacto do processo produtivo a partir da priorização de combustíveis renováveis, além de promover a autossuficiência energética com mais eficiência.
Utilizada em diversas indústrias para gerar vapor em processos produtivos variados, a caldeira de alta pressão em sua versão flex possibilita a operação com diferentes tipos de combustíveis, inclusive com os biocombustíveis. Essa característica diminui a dependência de fontes fósseis, para dar espaço aos combustíveis renováveis, como a biomassa e o biogás. Assim, a redução da emissão de gases poluentes é uma consequência, contribuindo para uma matriz energética cada vez mais limpa.
Robson Rodrigues Antunes, diretor de operações da Divisão Industrial do Grupo Potencial, explica que, todo o projeto foi idealizado considerando a sustentabilidade e a economia circular. Essa tecnologia permite que toda biomassa usada como combustível tenha uma combustão completa, o que resulta em um resíduo de cinza com qualidade superior, que pode ser inclusive comercializado e utilizado para diversos fins, como a produção de fertilizantes, por exemplo. Isso evita o descarte de materiais e reinserir essa matéria no mercado novamente, destinando-a a outros setores.
Ao mesmo tempo, a nova caldeira assegura à empresa uma capacidade maior de adaptação em diferentes cenários. “A flexibilidade permite que a empresa se adapte às variações de preço e disponibilidade dos combustíveis, otimizando custos e reduzindo riscos operacionais. Além disso, a possibilidade de utilizar biocombustíveis proporciona maior resiliência diante de crises energéticas e regulações ambientais mais rigorosas, garantindo continuidade e eficiência nos processos industriais”, aponta o especialista.
Eficiência energética e responsabilidade ambiental
Além das vantagens provenientes da flexibilidade de combustíveis, a nova tecnologia terá um papel estratégico nos processos produtivos e na geração de energia do grupo, segundo Antunes. “Além de produzir vapor para atender às demandas industriais, a caldeira será integrada a um turbogerador, permitindo a geração de energia elétrica para autossuficiência energética. Toda a energia necessária para o consumo interno será produzida no local, e o excedente gerado poderá ser comercializado, trazendo novas oportunidades de receita”, detalha.
Tecnicamente, esses benefícios na combustão são possíveis por conta do sistema de fluidizado da caldeira. Esse modelo utiliza um material granular, como areia, que é mantido em movimento por meio de um fluxo de ar, criando um ambiente ideal para a combustão eficiente. O diretor de operações explica que, assim, o combustível se mistura ao leito e queima de forma uniforme em temperaturas moderadas (800-900ºC), o que reduz a geração de gases poluentes. Dessa forma, o calor gerado transforma a água em vapor de alta pressão para processos industriais e para geração de energia.
Por todos os benefícios citados, ao unir a responsabilidade ambiental e a eficiência, o investimento evidencia a preocupação do grupo em gerar um impacto positivo no setor a partir da inovação tecnológica. Como reflexo da urgência da transformação energética no país, o movimento no setor de combustíveis reforça a possibilidade do uso eficiente de diferentes fontes de energia renováveis de forma estratégica para um crescimento produtivo e, ao mesmo tempo, sustentável.