A indústria brasileira de cloro-álcalis tem potencial de ser a principal fonte de hidrogênio verde, considerada a energia do futuro no mundo. Durante o processo de produção de cloro, chamado de eletrólise (passagem de uma corrente elétrica através de uma solução de salmoura), além da soda cáustica, é gerado também hidrogênio. O hidrogênio gerado nas plantas de cloro-álcalis no Brasil é produzido a partir da quebra da molécula de água proveniente de fontes limpas, ou seja, é um “hidrogênio verde”. No Brasil, vale lembrar, 83% da matriz elétrica é renovável.
Para cada tonelada de cloro, são produzidos 28 kg de hidrogênio durante a eletrólise. Hoje na indústria esse hidrogênio é utilizado como matéria prima ou fonte térmica, substituindo o gás natural e reduzindo a emissão de gás carbônico.
Como a indústria prevê um aumento da capacidade de produção de cloro em 700 mil toneladas considerando a meta de universalização do saneamento até 2033, haveria uma disponibilidade nas plantas brasileiras de cloro-álcalis de gerar 18 mil toneladas de hidrogênio verde por ano (a estimativa considera um rendimento de 90% do processo). Essas 18 mil toneladas de hidrogênio verde/ano que serão produzidas poderiam, por exemplo, substituir 60 mil toneladas de gás natural, o que representaria uma redução na emissão de gás carbônico para a atmosfera de 160 mil toneladas.
Segundo dados de mercado, cerca de 4% do hidrogênio consumido no mundo já é originado em plantas de eletrólise, especialmente de cloro-álcalis.
“A mudança para uma matriz energética mais sustentável no mundo coloca alguns desafios como o armazenamento de energia de fontes intermitentes e a eletrificação de processos. O hidrogênio será um dos principais fatores para essa mudança, tanto para o armazenamento como para células de combustível. A indústria de cloro-álcalis está pronta para produzir ou vender hidrogênio, e hidrogênio verde”, afirma o presidente-executivo da Abiclor, Milton Rego.