O Instituto Biológico (IB-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, possui um dos poucos laboratórios autorizados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para produzir imunobiológicos para diagnóstico de brucelose e tuberculose no Brasil.
De acordo com o responsável técnico pelo Laboratório de Inovação em Imunobiológicos, Ricardo Jordão, imunobiológicos são produtos de origem biológica – vírus, bactérias – que podem ser usados para o desenvolvimento de vacinas e kits diagnósticos. “No nosso caso, usamos uma bactéria, que produz uma proteína que, quando inoculada em um animal, ou em uma placa de teste, se mimetiza com o organismo e apresenta uma reação que indica se existe não contaminação”, explica Jordão.
Os imunobiológicos produzidos pelo IB são fundamentais para o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), implementado pelo Mapa. Tanto a Brucelose como a Tuberculose são classificadas como zoonoses; ou seja, doenças que que acometem animais, mas podem ser transmitidas aos seres humanos. Por esta razão, um único caso de alguma destas doenças pode barrar a entrada do produto brasileiro no exterior ou impedir o trânsito de animais entre os estados, além de reduzir a produtividade da carne e leite, importantes produtos da agropecuária paulista.
Jordão afirma que o aumento do prazo de validade é uma excelente notícia para o IB, ressaltando que essa medida permite que os produtos sejam armazenados por mais tempo. Os frascos de tuberculina aviária e bovina, de 2mL e 5mL, poderão ser utilizados por dois anos, para o AAT, anticorpos anti-tireoglobulina, o aumento na validade passa para 18 meses. “A prova lenta – utilizada para detecção de brucelose – permanece com as validades originais, pois está em fase de renovação de registro”, informa Jordão.
Anteriormente, os insumos eram disponibilizados em frascos de 5 e 2 ml, contendo de 20 a 160 doses, de acordo com o produto. No início do ano passado o IB passou a oferecer duas opções de frascos, uma com menos doses e outra com o número maior. Nesse momento é possível adquirir AAT (antígeno para diagnóstico da brucelose) com 160 e 64 doses, Prova Lenta de 60 e 24 doses, além das Tuberculinas Bovina e Aviária de 50 e 20 doses. Com isso foi possível diminuir o desperdício de doses em propriedades com número reduzido de animais e também em casos de animais levados à exposição ou leilões.
Em 2022, o Laboratório de Inovação em Imunobiológicos produziu 4,7 milhões de doses, que foram destinadas às distribuidoras e depois vendidas para médicos veterinários credenciados pelo Mapa. Jordão destaca que o IB é o maior produtor nacional destes kits diagnósticos.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo