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18/08/2022
A distribuição de insumos agropecuários é responsável por desenvolver a agropecuária brasileira ao ser responsável por entregar cerca de 49% de todos os insumos que chegam aos produtores rurais em todo o território nacional. “Ao longo desses anos, pudemos observar as mudanças do mercado e avançamos muito, defendendo um agronegócio sólido, produtivo e sustentável e mostrando sua importância para o futuro”, disse o presidente do Conselho Diretor da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Oswaldo Abud, durante a solenidade de abertura do Congresso Andav 2022, que teve início nesta quarta-feira, dia 17 de agosto, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. O evento segue até sexta-feira, dia 19 de agosto.
Em sua avaliação, é imperativo encontrar formas de produzir mais em harmonia com os recursos naturais e criar comunidades fortalecidas. “A distribuição vai seguir trabalhando para auxiliar no fortalecimento do agronegócio brasileiro. Tenho muito orgulho do papel do distribuidor na sociedade”, acrescentou Abud, que comentou que o Congresso Andav 2022 debaterá os temas que mais impactam a agroeconomia brasileira, com a participação de 58 painelistas, que trarão suas avaliações em 18 palestras e 10 painéis ao longo dos três dias de evento.
O presidente executivo da Andav, Paulo Tibúrcio, iniciou seu pronunciamento lembrando os desafios, perdas e incertezas enfrentados nos últimos anos. “A união de esforços nunca se fez tão presente e necessária e me emociona dizer que estamos unidos em um só propósito, que é o de caminhar juntos para um desenvolvimento sustentável para todos. O agro nunca parou graças às pessoas e profissionais em busca de partilhar, conhecimento e conexões, verdadeiros apaixonados pelo setor. Quem vivencia o agro sabe que nem um ano e nem uma safra são iguais”, afirmou.
O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcos Montes, em mensagem gravada em vídeo, avaliou que o governo, os produtores e os representantes da cadeia de insumos são importantes para que a agropecuária siga com uma produção cada vez mais forte. Ele citou o Plano Nacional de Fertilizantes, que levará a um caminho para diminuir a dependência da importação desse insumo e o trabalho para o desenvolvimento de um plano relacionado aos defensivos agrícolas. Ele parabenizou a atuação firme e determinada do setor de distribuição de insumos agropecuários e a parceria com o produtor rural brasileiro.
Já o Ministro do Meio Ambiente (MMA), Joaquim Leite, que também transmitiu mensagem, afirmou que o governo federal tem atuado na direção de uma economia verde, buscando soluções inovadoras, climáticas e ambientais sustentáveis para as pessoas e para a natureza. “Estamos saindo de uma agenda simplória para um modelo junto ao setor privado, para acelerar e criar uma nova economia verde, com neutralidade de carbono até 2050”, destacou.
Em seu último mandato, o deputado federal Jerônimo Goergen, destacou que organizações como a Andav contribuem para que o legislativo e o executivo cumpram seu papel. Comentou ainda a importância da Embrapa, do setor de distribuição de insumos agropecuários; e a importância do setor contar com uma Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) adequada.
A palestra magna do Congresso Andav 2022 foi ministrada pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Guilherme Soria Bastos Filho, que enfatizou a pujança do agronegócio brasileiro e a parceria entre o poder público e o setor privado, a fim discutir pautas relevantes para manter o crescimento sustentável do setor. “A abertura de novos portos do Arco Norte tem dado outra dinâmica e dimensão para nosso setor e, hoje, representam cerca de 50% das exportações brasileiras”.
Segundo o secretário, um dos desafios pelo lado do poder público será manter os processos de controle em postos de fiscalização em todo o país, o que demandará mais pessoas qualificadas e pacotes de tecnologia. Ele ainda falou de outros desafios, como pobreza, desigualdade, fome, mudanças climáticas, pressão sobre os recursos naturais, produção e perda de alimentos, orçamento, agricultura familiar, defesa sanitária, pesquisa e inovação e inclusão digital.
Painel de Abertura Agroeconomia Brasileira: uma coalização multissetorial
O ex-Ministro da Agricultura e coordenador da FGV-Agro, Roberto Rodrigues, falou sobre a importância do país como fornecedor global de alimentos. Segundo ele, o Brasil é o líder absoluto do cinturão tropical. “Mesmo em um cenário global complicado, como o atual, o país tem um papel cada vez maior de assegurar a produção de alimentos, além de ensinar produzir e vender tecnologias e insumos. Quem não desenvolve tecnologia, mata o futuro”, argumentou.
Alexandre Mendonça de Barros, diretor da MB Agro, destacou o desmonte das políticas agrícolas dos grandes países do mundo, que durante 40 anos foram norteadas pela garantia de preços mínimos e estoques. “Com o desenvolvimento de novos padrões de consumo dos países subdesenvolvidos, ocorreu a transferência para outros países como fornecedores de alimentos. Assim, o Brasil assumiu o grande papel importante nesse deslocamento, como grande produtor de soja, milho e algodão”, disse o especialista. De acordo com Barros, o sistema de Distribuição de Insumos foi fundamental, nesse processo, ao trazer barter e crédito para o setor. Nessa ordem, ele comentou que a China escolheu como opção estratégica produzir milho, trigo e arroz, enquanto transferiu a produção de soja para o Brasil.
Ele apontou algumas transformações: Estados Unidos passou a ter um déficit crescente de alimentos, abrindo oportunidades para o mercado brasileiro, “enquanto Europa e África montaram suas estratégias de dependência do Leste Europeu e a guerra da Ucrânia/Rússia trouxe um problema de continuidade dessa oferta. “Vai continuar a necessidade de novas áreas para garantir o abastecimento, no entanto, volatilidade é a regra do jogo. Ou seja, há um mar de oportunidades em um cenário de muita volatilidade”, resumiu.
Marcelo Prado, presidente da MPrado Consultoria Empresarial, também apontou grandes oportunidades soprando a favor do Brasil, que deve fazer a lição de casa, e indicou as tendências para os próximos anos no segmento de distribuição de insumos. Entre elas, a convergência entre o segmento agrícola e o pecuário.
José Luiz Tejon, sócio-diretor da Biomarketing e TCAI, destacou a importância do marketing e da estratégia de vendas. “Hoje, os agentes de vendas, de inovação, representam a integração da cadeia produtiva sendo o vínculo, o elo entre os traders, o agribussiness e o complexo como um todo”, ressaltou e enfatizou a importância da propaganda. “Comunicação é uma estratégia importante de médio e longo prazo, na qual se objetiva, por diversos meios, evoluir a percepção das pessoas”.
Letícia Jacintho, presidente da De Olho no Material Escolar, citou os objetivos do movimento. “Temos o desafio de mudar a comunicação do agro, pois muito do que se tinha e que se tem na literatura não mostra as oportunidades que o segmento proporciona, não mostra os avanços em tecnologia, inovações nos processos de produção, nem outros benefícios que o agro promove, como os investimentos em segurança alimentar e estratégias sustentáveis de produção”, ponderou.
Na sequência, Celso Moretti, presidente da Embrapa, ministrou a palestra “Cinco décadas de inovação agropecuária no Brasil”, que focou na saga da agricultura tropical seus avanços e eficiência que mudou o perfil do Brasil de importador para um País que pode alimentar a mundo. “Segurança alimentar é sinônimo de paz social”, frisou.
Mesmo durante a pandemia o Brasil não sofreu dificuldades de abastecimentos. “Nessas últimas quatro décadas com o auxílio da ciência e tecnologia e a iniciativa privada conseguimos uma redução de 40% no preço da cesta básica, o que na prática resulta em mais dinheiro no bolso das pessoas”, afirmou Moretti baseado em dados de 2021 do Dieese.
Segundo o presidente da Embrapa, o momento da agricultura brasileira é muito diferente das décadas de 1970 e 1980, quando o País importava carne, leite, feijão entre outros produtos, devido à adoção de tecnologias. Por isso, o país deve continuar a investir em tecnologia e no modelo sustentável de agricultura tropical. “Este ano vamos atingir recorde histórico de produção de trigo no Brasil, com crescimento de 19% em relação a 2021. É preciso mostrar essas informações ao mundo. Temos uma área para a expansão da agricultura de 5.64 milhões de km² ,ou seja 9 vezes a dimensão do território da França”, destacou Moretti.
Uma realização da Andav e organizado pela Zest Eventos, o Congresso Andav 2022 tem a expectativa de receber um público de mais 5 mil pessoas, entre profissionais, palestrantes, expositores, congressistas e visitantes. Outra novidade é a realização da primeira edição presencial do Fórum “Distribuição Veterinária”, como parte do Congresso Andav 2022, que reunirá os principais temas de saúde e nutrição animal e trará empresas com foco em produtos, equipamentos e serviços para o setor. Na área de exposição, serão mais de 120 marcas nacionais e internacionais referências do setor, com diversos lançamentos e novidades para o mercado.
Fonte: Assessoria de Imprensa Congresso Andav - Mecânica de Comunicação