Na feirinha do bairro, nas gôndolas dos supermercados ou até mesmo nos aplicativos de delivery, o consumo de alimentos orgânicos é um comportamento que veio para ficar. Com mais tempo em casa, as pessoas acabam cozinhando mais e cuidando melhor da alimentação. O resultado é que, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos cresceu quase 10%, de 2020 para cá. O Brasil possui mais de 25,4 mil produtores de alimentos sem aditivos químicos registrados, somente até maio de 2021. Esse crescimento vem estimulando os micro e pequenos negócios do setor.
Os produtores são pessoas físicas e jurídicas que desenvolvem uma gama de atividades e produzem diversas mercadorias, in natura ou processadas, como alimentos, cosméticos, roupas e outros grupos. Estima-se que o crescimento médio do mercado, em 2021, dever ficar entre 20% e 30%. A pandemia impactou positivamente estes números, com o aumento da alimentação em casa e a busca por produtos mais frescos e orgânicos, com objetivo de melhorar a saúde e aumentar a imunidade.
O analista de competitividade do Sebrae, Luiz Rebelatto, explica que o mercado de produtos orgânicos já vinha crescendo, antes da pandemia, e acabou sendo impulsionado pelas mudanças provocadas com as medidas de restrição de circulação. “A Covid-19 fez com que as pessoas valorizassem mais o consumo e produção de alimentos caseiros, orgânicos, produzidos por pequenos negócios. Nós do Sebrae, já fizemos campanhas nesse sentido, antes mesmo da crise sanitária. Agora as pessoas buscam praticidade e segurança, por isso, o consumidor está comprando mais pelo e-commerce, entregas em domicílio e pegue-e-leve. Dados mostram que o mercado digital cresceu 40% nos primeiros 12 meses de pandemia, sendo que o setor de comidas e bebidas chegou a 57%”, acrescenta Rebelatto.
De acordo com o analista, os produtores de orgânicos estão atentos às mudanças e se estão se movimentando mais no universo online. “É importante vender na feira, da mesma forma que é essencial possuir a presença digital. As vendas podem ser feitas pelas redes sociais, por plataformas de delivery, por sites próprios, marketplaces e até por serviços de assinatura (quando o consumidor contrata um pacote semanal de frutas e verduras selecionadas e as recebe em casa). São muitas opções, o importante nesse momento é ter essa visão híbrida da forma de vender”, indica.