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31/01/2020
O leite A2 está se tornando cada vez mais popular entre consumidores e produtores por ser considerado um leite de mais fácil digestão comparado ao leite A1. Com essa perspectiva a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), desenvolveu dois métodos para detectar o alelo A1 diretamente em amostras de leite e seus derivados comercializados como A2. O resultado do estudo está no artigo científico “New high-sensitive rhAmp method for A1 allele detection in A2 milk samples“, publicado na revista Food Chemistry que estará com acesso gratuito por 50 dias.
Esta é a primeira tentativa de desenvolver ensaios para genotipar alelos A1 e A2 do gene CSN2 da beta-caseína diretamente de amostras de leite. A maioria das pesquisas concentrou-se na identificação das frequências desses genótipos apenas nos animais.
O teste de identificação do IZ vem agregar credibilidade ao produto "Leite A2". O leite de vaca pode conter dois tipos de proteínas, a beta-caseína A1 e A2. A digestão do A1 está associada à liberação do peptídeo beta-casomorfina-7, que pode causar efeitos gastrointestinais adversos, diferente da intolerância à lactose.
A técnica desenvolvida pelo IZ é muito relevante para empresas que comercializam produtos provenientes de animais selecionados A2. Com esses métodos, será possível detectar os alelos, fornecendo informações precisas de produtos que serão consumidos por pessoas que só podem ingerir o leite A2 e seus derivados.
Participaram dos estudos os pesquisadores do IZ, Anibal Eugênio Vercesi Filho, Luciana Morita Katiki, os Assistentes Técnicos de Pesquisa Científica e Tecnológica Rodrigo Giglioti e Gunta Gutmanis.
Identificação
Os métodos HRM (High Resolution Melting) e rhAmp (Amplificação dependente de RNase H), desenvolvidos pelo IZ, são capazes de discriminar e detectar de maneira altamente confiável os genótipos A1A1, A2A2 e A1A2 do gene CSN2 em amostras de DNA de animais e amostras de leite e seus derivados. As duas técnicas apresentem 100% de precisão para a genotipagem de animais.
Contudo, a detecção por rhAmp é dez vezes mais sensível que o método HRM, sendo indicada para a fiscalização de leite A2, devido a sua alta sensibilidade para detectar a presença de A1 em amostras de A2. Assim, essa metodologia pode ser utilizada para identificar possíveis contaminações da variante alélica A1 em amostras de leite e derivados de leite A2. A metodologia por análise de HRM é indicada para a genotipagem dos animais.
A prioridade do IZ, no momento, é desenvolver um teste rápido e de alta sensibilidade para identificação do alelo A1 em amostras de leite A2. Já há parceria com uma empresa privada de tecnologia, e o teste encontra-se em fase de desenvolvimento. Em breve, produtores e indústrias poderão utiliza-lo para detectar a presença de leite A1 em amostras de leite ditas como A2.
O laboratório do Centro de Pesquisa de Genética e Reprodução Animal realiza o serviço de genotipagem de animais para os genótipos A1A1, A1A2 e A2A2 e para detectar a pureza no leite e seus derivados que deverão conter apenas a betacaseína A2. Os interessados em realizar estes testes devem procurar os pesquisadores Dr. Anibal Vercesi e Dr. Rodrigo Giglioti no e-mail labgeniz@iz.sp.gov.br
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento SP / Instituto de Zootecnia (IZ/Apta)