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17/12/2024
Estudo mostra que, quanto maior a infestação, maior é o prejuízo na produção de etanol em relação ao açúcar
Com informações assessoria de imprensa
Estudo realizado pelo Pecege Consultoria e Projetos, em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), apresenta dados sobre o impacto da broca da cana-de-açúcar no custo de processamento industrial do etanol e de açúcar.
De acordo com a pesquisa as perdas causadas pela broca da cana refletem diretamente nos custos de processamento industrial. Em média, as unidades sucroenergéticas do Centro-Sul enfrentaram um aumento significativo nas despesas relacionadas à contaminação da matéria-prima e à menor eficiência fermentativa na cana processada. Essas alterações impactam especialmente a produção de açúcar e etanol, com custos ajustados em função da quantidade de produto gerado.
O levantamento do Pecege Projetos mostra o custo agroindustrial em função da eficiência fermentativa e qualidade da cana por produto. Quanto maior o índice de infestação, menor a qualidade. Uma cana com infestação de broca de 8,5%, por exemplo, tem um custo de processamento do açúcar branco 6% maior do que uma cana com zero infestação (R$ 231 contra R$ 218 por tonelada). Na produção de etanol, o impacto é mais expressivo. Uma cana-de-açúcar com infestação de 8,5% resultará em um custo de processamento de etanol 18% maior em comparação a uma cana sem broca (de R$ 285 contra R$ 235 por tonelada).
"Este levantamento reforça a relevância de compreender os danos causados pela praga e os impactos econômicos no setor sucroenergético. Os dados obtidos não apenas quantificam as perdas, mas também evidenciam a necessidade de estratégias mais eficazes de controle e mitigação”, destaca Haroldo Torres do Pecege Projetos.
“O uso da tecnologia Bt na cana-de-açúcar apresenta uma eficácia de controle da broca da cana acima de 95%, praticamente zerando os danos causados pela praga tanto na área agrícola quanto no processamento industrial. Nosso compromisso é continuar oferecendo alternativas que contribuam para o aumento da produtividade, sustentabilidade e competitividade do setor. Disponibilizar ao setor uma solução que elimina o problema da broca da cana-de-açúcar foi apenas a primeira entrega do CTC e da biotecnologia ao nosso setor", afirma Ricardo Neme, gerente de marketing do CTC.
O estudo no íntegra pode ser acessado pelo link https://radarcompara.com/
Mercado de carbono
A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) vê na aprovação do projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil pela Câmara dos Deputados, no dia 19 de novembro, a abertura de oportunidades para os produtores de cana-de-açúcar. Agora, o texto – que é um substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 182/24 - segue para sanção presidencial.
“Estamos apoiando e acompanhando o tema ativamente, visto que impacta o produtor de cana-de-açúcar e, principalmente, aqueles produtores que são certificados ou que têm a intenção de se certificar, já que pode abrir uma oportunidade de venda de créditos de carbono para outros setores”, sinaliza o CEO da organização, José Guilherme Nogueira.
A proposta estipula um mercado regulado e um mercado voluntário de títulos representativos de emissão ou remoção de carbono, em que as empresas que mais poluem deverão seguir metas de emissão e podem usar esses títulos para compensá-la.
Este mercado será regulado pelo Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que permitirá a negociação de Cotas Brasileiras de Emissão (CBE) e de certificados de redução ou remoção verificada de emissões (CRVE).
“A Orplana aguarda os desdobramentos e a sanção presidencial para avançar e ver as oportunidades de buscar aumentar a rentabilidade dos produtores de cana-de-açúcar”, conclui Nogueira.