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29/08/2022
Apostando na força do cooperativismo, a Cooper Central VR - que congrega 12 cooperativas e associações de agricultores familiares e comunidades tradicionais do Vale do Ribeira - celebra o valor recorde na entrega de banana in natura e doces de banana em cerca de quatro mil escolas, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em editais de dezenas de prefeituras paulistas, incluindo a de São Paulo, e do Governo do Estado. O somatório dos contratos chega a R$ 60 milhões.
Mas como alcançaram este resultado, após passarem por momentos de retração nos últimos dois anos, ocasionados pela pandemia de Covid-19? Quem responde esta questão é Rafael Grothe de Oliveira, 33 anos, agricultor familiar em Miracatu e presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais e da Agricultura Familiar do Vale do Ribeira (Cooper Central VR), que tem sede em Santo André, munícipio da Grande São Paulo.
"Sem a união de todos em torno do objetivo comum, uma forte estrutura de logística e armazenamento, bem como uma gestão profissional do negócio, seria impossível obter esse resultado. Mas para que pudéssemos chegar a essa estrutura organizacional, o apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e do Projeto Microbacias II, foi fundamental", avalia Oliveira.
Ele se refere ao suporte de assistência técnica prestada pela CATI aos agricultores para melhorar a produtividade e qualidade no campo, bem como ao aporte de mais de R$ 3,18 milhões, por meio do Projeto Microbacias II, à maioria das cooperativas que integram o sistema da Cooper Central VR. Esse montante resultou na aquisição de máquinas e implementos agrícolas, veículos de pequeno e grande porte para logística de entrega, construção de packing houses e pequenas agroindústrias de banana.
"Por meio de avaliação dos nossos técnicos da CATI Regional Registro, que abrange 17 municípios do Vale do Ribeira, a bananicultura - uma das principais atividades do Vale do Ribeira - é economicamente forte na região, mas, até alguns anos atrás, os pequenos agricultores, reunidos cada um em sua associação ou cooperativa, entregavam a produção para os intermediários para que o produto fosse escoado, o que, quase sempre, ocasionava prejuízos. A partir dessa constatação, por meio do Projeto Microbacias II, que tinha como premissa a inserção da produção familiar no mercado, foi possível traç ar uma estratégia de fortalecimento das entidades representativas dos agricultores, apoiando-os na elaboração de Propostas de Negócio a serem apresentadas para acessar recursos do Projeto, os quais garantiram uma estrutura robusta para minimizar a dependência da comercialização de forma intermediada, resultando em aumento de renda e emprego e redução nos custos de produção, além de fortalecimento de toda a cadeia produtiva para acessar políticas públicas como o PNAE, que exigem volume, regularidade e qualidade nos produtos entregues ", explica João Brunelli Júnior, coordenador substituto da CATI, que fez a gerência técnica do Projeto Microbacias II.
Transformação de vidas com geração de renda: ¼ dos beneficiados são quilombolas
Atualmente, 1.500 famílias, das quais 25% são de comunidades tracionais (quilombolas), são beneficiad as diretamente pelo trabalho da Cooper Central VR.
"É preciso dizer que cada centavo investido por meio de políticas públicas na agricultura familiar resulta em retorno para a sociedade e economia aos cofres públicos, pois os produtos entregues, além de seguros, têm preços justos para quem produz e para quem adquire. No nosso caso, em que a quase totalidade da produção é comercializada com programas de compras públicas, como o PNAE, contribuímos para a segurança alimentar; a fixação dos produtores no campo e a sucessão familiar, haja vista que com mais renda, emprego, acesso à tecnologia e qualidade de vida, os mais jovens estão tomando a decisão de ficar nas propriedades; ao mesmo tempo em que impulsionamos as economias locais e regionais, de forma circular, pois com mais renda, as famílias movimentam os comércios e serviços locais", avalia Oliveira.
Segundo o presidente da Cooper Central VR, novos investimentos estão sendo feito para ampliar ainda mais o alcance do empreendimento. "Hoje, a entrega no PNAE representa quase 100% da comercialização da maioria dos cooperados. Para ampliar o leque de produtos a serem entregues, com apoio da CATI estamos testando cultivares de mandioca, assim como materiais de outras culturas, para diversificar a produção e aumentar o número de participação em editais. Além disso, logo contaremos com um reforço na área de logística, com a Cooperliga, organização que está em fase de constituição por filhos de produtores, que têm conhecimentos técnicos na área e optaram por não trabalhar diretamente na produção em campo".
Cooperativas e associações que integram a rede da Cooper Central VR
Abam - Miracatu; Coobam - Miracatu; Coopmavig - Miracatu; Coop afarga - Juquiá; Coopervale - Registro; Família do Vale - Registro; Aagfam - Cajati; Coopafasb - Sete Barras; Cooperagua - Sete Barras; Cooperquivale - Eldorado; Associação Ivaporunduva - Eldorado; e Cooperasol - Iporanga.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo