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17/03/2021
Uma parceria firmada entre a Embrapa Pecuária Sul e a empresa Três Tentos Agroindustrial está buscando avançar no conhecimento sobre a planta daninha conhecida como caruru, assim como propor soluções efetivas para o seu controle. Com resistência confirmada ao glifosato e outros herbicidas inibidores da enzima ALS no Sul do Brasil em 2018, a planta daninha é atualmente um dos problemas de maior risco aos sojicultores, uma vez que tem fácil capacidade de disseminação e causa prejuízos diretos às plantações. Conforme a pesquisadora Fabiane Pinto Lamego, da Embrapa Pecuária Sul, o projeto em parceria já conta com estudos a campo, em casa de vegetação e também em condições de laboratório, visando aprofundar os conhecimentos sobre a planta daninha. “É uma planta que se não controlada cedo, ultrapassa a soja em estatura e acaba disseminando sementes na colheita da lavoura, exigindo estratégias integradas de manejo”, adianta a pesquisadora. Experimentos No estudo a campo, foram avaliados herbicidas aplicados em pré-emergência como opções alternativas ao glifosato. “A aplicação do glifosato em pós-emergência para o controle de plantas daninhas ocorrentes, associada à eficiência de pré-emergentes voltados ao caruru resistente, como as associações de diferentes mecanismos de ação herbicida (principalmente contendo herbicidas inibidores da Protox nessa mistura), garantiu o melhor resultado”, destacam os pesquisadores. No laboratório, um estudo utilizando biotecnologia permite diferenciar espécies do gênero Amaranthus (caruru), bem como verificar a possibilidade de cruzamento entre elas (como por exemplo, Amaranthus hybridus, Amaranthus retroflexus e Amaranthus palmeri). Se confirmado o cruzamento, esta também é uma forma de disseminação da resistência. Dicas para controle “A prevenção sempre é mais barata. Cuidados com a origem da semente adquirida para uso na propriedade, especialmente quando da implantação de pastagens ou alguma planta de cobertura no inverno, são fatores importantes, evitando contaminação por sementes de caruru e outras plantas indesejadas”, destacou Fabiane. Conforme os pesquisadores, o produtor deve ficar atento sempre. Ao observar alguma planta sobrando após o controle com herbicida, é importante realizar a coleta na área e encaminhar a planta daninha para análise. “O desafio de manejar a resistência aos herbicidas está em delinear sistemas produtivos e fugir das monoculturas, sejam elas no inverno ou no verão”, afirma Fabiane. “Aliada à implantação de plantas de cobertura ou pastagens no inverno, é importante a manutenção da palhada para a semeadura da cultura de verão, pois ela tem potencial em reduzir a emergência de plântulas de caruru, conforme diagnosticado no campo”, finaliza Marlon.
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Fonte: Embrapa Pecuária Sul