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11/01/2013
Anualmente, a RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroenergético) realiza uma reunião técnica envolvendo os pesquisadores que desenvolvem o programa de melhoramento genético de cana-de-açúcar nas 10 universidades federais que integram a rede. A última reunião aconteceu no final de 2012, na cidade paulista de Atibaia e contou com a presença de 72 pesquisadores provenientes de oito Universidades Federais de Ensino.De acordo com Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), com centros de pesquisas em cada região canavieira, a RIDESA trabalha em parceria com o setor sucroenergético, acompanhando suas necessidades e, assim, desenvolve variedades de cana com características que atendem as condições edafoclimáticas de cada polo produtor, possibilitando maior produtividade por hectare e mais açúcar por tonelada de cana. O último censo varietal de cana-de-açúcar é prova da eficiência do trabalho realizado pela RIDESA e do reconhecimento por parte de usinas e produtores, pois, das 127 unidades de São Paulo (estado que responde por mais de 60% da cana produzida no País) e Mato Grosso do Sul, as variedades RB ocupam 63,2% da área de plantio, 59% da área de corte e 59,7% na área total. Os assuntos analisados na reuniãoDurante a reunião foi reafirmado o compromisso de os pesquisadores da RIDESA acompanharem as tendências da agroindústria canavieira, por isso, o empenho para desenvolver variedades que atendam a mecanização, os solos mais pobres e a menor quantidade de chuva, realidade das novas fronteiras canavieiras. Foram discutidos os métodos de seleção de todas as fases, as inovações e propostas para futuras pesquisas na área de melhoramento genético da cana-de-açúcar e também os novos clones promissores que serão apresentados pelos programas, a partir de 2013, sendo que haverá clones desde a séria RB97 até a R7. A cana transgênica é outra linha de pesquisa em desenvolvimento na RIDESA, assim como a Cana Energia, focada para a bioeletricidade e para atender as exigências do etanol de segunda geração: cana com maior teor de fibra e que ainda é mais resistente à seca, com melhor brotação e longevidade.Produzir canas diferentes para regiões diferentes não tem sido obstáculo para RIDESA, um exemplo ocorreu recentemente, com o lançamento de nove variedades para atender a aptidão agrícola do estado gaúcho. Edelclaiton Daros, professor da Universidade Federal do Paraná, adianta que as variedades RB para o Rio Grande do Sul são voltadas à produção de álcool e durante os testes mostraram que possuem média e alta produtividade agrícola, condições regulares em situações de estresse por frio, boa sanidade vegetal, colheita em início e meio de safra com elevada riqueza e crescimento rápido.Esses temas foram amplamente debatidos pelos pesquisadores, que no decorrer do ano anunciarão novidades. Mas, segundo, Ricardo Augusto de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná, tão importante quanto a discussão científica e técnica sobre os métodos de seleção são a confraternização e a integração da equipe RIDESA. “Esse encontro fortalece cada vez mais a interação entre os profissionais, e deixa claro que o sucesso da atuação da Rede RIDESA se deve muito a essa forte aliança e laços de amizade dos componentes da equipe”, salienta.Fonte: Da Redação