O mercado interno abastecido, aliado à percepção de grande oferta disponível do produto derrubaram os preços do açúcar nas usinas paulistas na sexta-feira (14). A commodity registrou a menor cotação desde setembro de 2010. No mercado externo os preços do açúcar voltaram a valorizar.Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), a saca de 50 quilos do tipo cristal fechou cotada a R$ 49,81, queda de 1,48% em relação à véspera. No mês, a commodity acumula perdas na ordem de 6,62%.De acordo com informações da pesquisadora do Cepea, Heloísa Burquist, para o jornal Valor Econômico de hoje (17), a desvalorização é reflexo da baixa demanda do mercado interno. "As indústrias de alimentos já firmam contratos antecipados de uma fatia grande de sua necessidade de açúcar. Portanto, neste momento estão abastecidas e não precisam ter pressa de voltar ao mercado", diz a pesquisadora para o Valor.Contratos para outubro/12 valorizam em NY e LondresNos mercados externos os preços do açúcar fecharam a semana com valorização. Em Nova York, os contratos com vencimento para outubro/12, fecharam com alta de dois pontos, cotados a 19,91 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres a commodity registrou valorização de US$ 7,30 a tonelada, com contratos no mesmo vencimento, cotados a US$ 576,50.De acordo com o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, a desvalorização do dólar fez as commodities subirem. "O açúcar aproveitou a toada e foi junto, apesar de as notícias vindas do outro lado do planeta não terem sido das mais alvissareiras. Na semana, café, açúcar, suco de laranja e petróleo subiram bem. Só algodão e milho experimentaram quedas", explica o diretor no artigo "Quando os baixistas saírem de férias".Ainda segundo Corrêa, analistas de mercado apontam para preços de açúcar mais baixos. "Dois analistas gráficos me deram pareceres diferentes esta semana: um disse que o mercado vai buscar os 16 centavos de dólar por libra-peso e outro me disse que 19 centavos de dólar por libra-peso era um excelente ponto de compra", ressalta.