Digite o que procura
21/06/2011
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), divulgou hoje (21) que o avanço da safra 2011/12 de cana-de-açúcar tem elevado relativamente a oferta de etanol por parte de algumas usinas no mercado paulista. No entanto, os preços dos etanóis anidro e hidratado subiram na semana passada, seguindo a tendência já exaustivamente destacada de inúmeros analistas do setor.Segundo nota do Cepea, a alta registrada na última semana está atrelada às compras de hidratado, por parte de algumas distribuidoras, que foram intensificadas para suprir a demanda do próximo feriado, na quinta-feira (23). Para o anidro, a valorização está relacionada ao incremento da demanda em estados onde a gasolina tem sido mais competitiva frente ao hidratado. De 13 a 17 de junho, o indicador Cepea/Esalq do hidratado registrou alta de 6,02% e o indicador para o anidro subiu 6,2%, ainda segundo o Centro.Especialistas do setor têm afirmado que o preço médio do etanol neste ano deve ficar acima dos valores comercializados no ano passado, isso porque, a lei de mercado é quem vai ditar as regras para que não hajam maiores problemas no quesito abastecimento de etanol na entressafra.Para Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), o grande problema enfrentado na safra passada foram os baixos preços do etanol hidratado entre os meses de abril e dezembro, que acabaram por estimular seu uso acima de 1,5 bilhão de litros ao mês, o que fez com que na entressafra o produto acabasse tendo um aumento de preços para frear seu consumo.Em abril deste ano o consumo de etanol teve que cair para cerca de 500 milhões de litros, para que a oferta pudesse ser mantida, explicou Pádua. "A grande questão que fica é a questão do etanol hidratado, se eu tenho uma disponibilidade pra vender 1,2 bilhão a 1,3 bilhão de litros/mês, evidentemente se o preço cai e as vendas ultrapassam 1,5 bilhão de litros mês na safra, vai faltar na entressafra, se tivermos uma política, um ajuste que propicie uma redução da oferta na safra, ou via financiamento dos estoques, pra que não caia tanto o preço do etanol hidratado, e que a demanda não venha, eu diria que parcialmente, ou em grande parte, o problema da entressafra estaria resolvido", afirmou o diretor da Unica.Ainda segundo Pádua, "o grande problema que existe é que o Brasil não está preparado nem em termos de logística, nem em termos de abastecimento, quando há uma grande migração do uso de um produto pra outro produto, que é o que aconteceu em abril deste ano. Vendemos 1,5 bilhão de litros de etanol na safra por mês, e 500 milhões de litros de etanol em abril, veja o que significa para um país consumidor migrar 1 bilhão de litros de etanol num mês para o uso da gasolina, aí a Petrobras não está preparada, a logística não está preparada, o anidro explode de preço, você cria um tumulto total. Quem criou esse tumulto no fundo foi o hidratado. Então se a gente não conseguir reduzir a volatilidade de demanda no hidratado o problema se repete", finalizou.Fonte: Da redação
Fonte: Da redação