Cana, sustentabilidade, qualificação e diversidade foram alguns dos substantivos femininos mais destacados na segunda edição do ‘Cana Substantivo Feminino’, seminário realizado na última sexta-feira (22), no Centro de Convenções de Ribeirão Preto. O evento, que reuniu expressões do setor sucroenergético, contou com a presença da diretora presidente da Biocana (Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia), Leila Alencar Monteiro de Souza. Mediadora do painel ‘A atuação da mulher no setor sucroenergético’, Leila explanou alguns números relacionados à participação feminina na cadeia da agroindústria canavieira. Segundo ela, o Brasil gera, entre empregos diretos e indiretos, cerca de quatro milhões e quinhentos mil postos de trabalho. Mas, embora o número seja expressivo, em determinados cargos, a participação da mulher ainda é tímida. “Uma usina padrão tem, em média, cerca de 410 cargos, desde trabalhos manuais até funções altamente qualificadas. No entanto, as mulheres ocupam uma pequena extensão nesse universo canavieiro. De acordo com pesquisas recentes, a presença feminina na área agrícola é de 12%. E se somarmos a parte administrativa e industrial esse patamar não chega a 15%”, disse. Mas, os números estão mudando, afirmou a presidente da Biocana. “Os canaviais estão cada vez mais mecanizados, a indústria automatizada e as práticas de produção mais sustentáveis. Essa evolução está abrindo as portas das usinas para as mulheres. Elas trocaram o podão pelo joystick das colhedoras de cana, pilotam grandes máquinas, dão o start na indústria, cuidam das finanças da empresa, analisam o mercado, desenvolvem pesquisas e coordenam a gestão da usina. A necessidade do setor por mão de obra especializada também é um motivo a mais para a contratação de mulheres, pois elas estão se qualificando mais que os homens”, acredita. Para atestar este fato, a presidente citou dados do estudo realizado pela International Business Center da Grant Thornton Brasil, que relata que mais de 55% das brasileiras possuem qualificação. Outra comprovação apresentada trouxe dados do IBGE, de 2011. Entre a População Economicamente Ativa (PEA) a presença feminina com nível superior ultrapassou a masculina e atingiu 53,6%. "Observo que esta busca pela qualificação extrapola a graduação. Como exemplo, cito a quarta turma do curso de especialização do Master of Technology Administration (MTA) que realizamos em parceria com a UFSCar e que terá início em 3 de agosto deste ano; boa parte das inscrições já efetuadas é de mulheres", finaliza.