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13/12/2024
Programa chega ao fim de 2024 com 145 famílias beneficiadas; por comodato, empresa oferece terreno, sementes e suporte técnico
O premiado Programa Aperam Raízes do Vale, que permite a comunidades do Vale do Jequitinhonha cultivar alimentos nas terras da Aperam BioEnergia, entra em uma nova fase. Lançado em 2022 com o objetivo de colaborar com a segurança alimentar da população, promover práticas sustentáveis que visam a regeneração do ecossistema local e, ao mesmo tempo, aproveitar a área disponível em suas florestas de eucalipto, o programa chega ao fim de 2024 beneficiando 145 famílias, um contingente calculado em cerca de 450 pessoas.
Para 2025, a perspectiva é que chegue a 30 comunidades dentro do programa. Hoje este programa já soma 60 hectares de área plantada de mandioca, feijão, milho e outras culturas, como abóbora, melancia, maxixe e andu junto aos plantios renováveis de eucalipto da Aperam.
Quatro novas comunidades aderiram ao plantio que está sendo realizado desde novembro: Areião, em Minas Novas; Caiana, Galego e Invernada, em Capelinha. Cada associação comunitária recebe, em comodato, uma área de até cinco hectares dentro das plantações de eucalipto da BioEnergia, com apoio total da empresa para o preparo da terra e assistência agronômica para o plantio consorciado de culturas de agricultura familiar.
Em prol das comunidades
Natural de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, a comerciante Flávia Fernandes está à frente da associação quilombola do distrito de Bom Jesus do Galego há 4 anos. Sob sua liderança, a comunidade acaba de aderir ao programa Raízes do Vale. “É um sonho para nós. Sonhamos em ter o melhor para a região e para a comunidade”, idealiza Flávia.
A líder comunitária conta que a associação recebeu da Aperam BioEnergia, em novembro deste ano, 20kg de sementes de milho e 60kg de sementes de feijão para serem cultivados nos 5 hectares de terra cedidos em comodato pela empresa. A área é equivalente a cerca de 6 campos de futebol e já gera emprego e renda para 13 das 80 famílias ligadas à associação.
Os moradores também receberam treinamento de segurança no trabalho, assim como os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) relativos às atividades de manejo.
“Estamos fazendo o plantio todo certinho e pensamos numa boa colheita. Então, a nossa perspectiva é muito grande”, projeta Flávia, que percorre cerca de 30 km entre Capelinha e a comunidade de duas a três vezes por mês para se reunir com as famílias. Apesar da distância, Flávia tem se dedicado a promover o desenvolvimento local sustentável e a criar oportunidades de trabalho para os moradores, que tinham como principal fonte de sustento uma fábrica de farinha de mandioca que, hoje, se encontra desativada.
“As famílias queriam mudar para a cidade porque não tinha trabalho no distrito. Agora, a realidade mudou. Logo vi que o Raízes do Vale poderia contribuir para mudar essa situação. Fizemos uma parceria com uma empresa muito séria e compromissada”, destaca a presidente da associação comunitária do Galego. Com os recursos gerados pela agricultura familiar, Flávia planeja construir uma nova sede para a associação e, no futuro, reativar a produção local de farinha de mandioca com a construção de uma nova fábrica.
Primeiros resultados
A comunidade de Vendinhas, uma das primeiras a serem contempladas pelo Raízes do Vale, é um exemplo dos bons frutos gerados a partir do programa. Atualmente, a Associação Comunitária Quilombola dos Moradores de Vendinhas está com 90% da fábrica de farinha concluída e 15 famílias participam do segundo ciclo de cultivo de mandioca, feijão e milho.
Vendinhas também participou do projeto piloto do Raízes do Vale, entre 2022 e 2023, quando foram semeados 160 kg de feijão e milho, distribuídos em dois hectares de terra para aproveitar o período das chuvas. Ao todo, foram colhidos cerca de uma tonelada dos dois grãos.
“Não só eu, mas todo o grupo que participa está bastante motivado e esperamos colher bons frutos novamente. Nossa expectativa é de produzir nossa própria farinha já no ano que vem”, vislumbra o presidente da associação local, Vanderlae Angélico de Deus.
Desenvolvimento Sustentável
Para Angélica Fabiana, gerente executiva de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da BioEnergia, o sucesso do programa mostra como é possível a convivência em harmonia entre a empresa, o meio ambiente e as comunidades em sua área de atuação.
Segundo ela, as parcerias desempenham um papel essencial no sucesso do programa. A colaboração com a Emater, prefeituras e a Aliança Ambiental mostra que “o sucesso de iniciativas como essa depende de alianças sólidas,” enfatiza.
Além disso, o projeto contribui para mitigar as emissões de CO2, uma vez que os sistemas agrícolas da agricultura familiar possuem uma capacidade de sequestrar mais carbono da atmosfera quando comparados com os sistemas agrícolas em monocultura, por exemplo. Por conservar uma maior diversidade de plantas e de biomassa, associada à proteção do solo, a agricultura familiar é considerada um modelo de cultivo sustentável e mais adaptado às mudanças climáticas.
O programa Raízes do Vale se alinha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS nº 02, que visa “acabar com a fome e garantir o acesso a alimentos seguros e nutritivos", e o ODS nº 11, que objetiva “tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”.
Sobre a Aperam BioEnergia
A Aperam Bioenergia é a maior produtora de carvão vegetal do mundo e mantém cerca de 100 mil hectares de florestas plantadas no Vale do Jequitinhonha. Desde 2010, a empresa aboliu o uso de coque em seu processo produtivo, adotando carvão vegetal em 100% de suas operações, o que a levou a uma jornada de sustentabilidade culminando na produção do Aço Verde Aperam e na conquista do balanço de carbono neutro.
Em outubro, o programa recebeu o Selo de Sustentabilidade do Programa Aliança Ambiental Estratégica de Minas Gerais. Este reconhecimento, entregue durante o evento Imersão Indústria, na Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), destaca sua importância na promoção da agricultura familiar sustentável e no fortalecimento da segurança alimentar nas comunidades do Vale do Jequitinhonha (MG).