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30/11/2011
Os integrantes do Comitê Técnico de Inovação Tecnológica do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br) se reuniram na tarde desta segunda-feira, 28 de novembro, na sede do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) núcleo Centro de Cana em Ribeirão Preto, SP, para conhecerem as instalações e inovações tecnológicas do Instituto. Marcos Landell, diretor do IAC, abriu a reunião com um breve histórico do Instituto e a trajetória do melhoramento genético da cana-de-açúcar no país. "Na década de 20, uma praga atingiu o pequeno canavial que existia no estado de São Paulo, levando a criação dos programas de melhoramento genético", afirmou Landell. A princípio os experimentos visavam adaptar as variedades trazidas de países como Índia e Estados Unidos. Atualmente, busca-se qualidade e produtividade nas espécies geradas nos campos de experimentação do IAC. "São produzidas cerca de duas novas variedades de cana-de-açúcar por mês", completou. A mecanização dos canaviais é alvo de pesquisas no IAC, já que estima-se que cerca de 40% das mudas são perdidas no plantio e na colheita. Segundo Landell, novas variedades da cana estão sendo testadas para minimizar os traumas gerados na gema durante o processo automatizado. Outra pesquisa desenvolvida é a irrigação da plantação, que de acordo com estudos chega a perder cerca de 10 toneladas de cana no final da safra, época mais seca do ano. Recentemente, o presidente do CEISE Br, Adézio Marques foi convidado a conhecer os canaviais do Peru, país com solo arenoso e poucas possibilidades de produtividade. "A irrigação é essencial para a sobrevivência do canavial no Peru. Estudos mostram que pode-se aumentar em 110% a produtividade da cana com a irrigação", comentou Claudinei Andreoli, diretor da Bioenergia Techbio Consulting. Ele ainda ressaltou que a região de Sertãozinho pode investir em irrigação já que é cercada pelos Vales do Rio Pardo e Rio Mogi. Ainda sob o tema de inovação tecnológica, Geciane Porto, coordenadora do Núcleo de Pesquisas em Inovação, Gestão Tecnológica e Competitividade (InGTeC) da FEA/USP, apresentou os programas da Universidade para inovação tecnológica. "O conhecimento das instituições e universidades estão longe da realidade das indústrias canavierias, as parcerias precisam ser fortalecidas", afirmou Geciane. Com o intuito de abrigar e desenvolver novas indústrias voltadas a inovação tecnológica, em breve será construído um parque tecnológico com 400 mil metros na unidade da USP em Ribeirão Preto. "Programas como a Incubadora de Empresas com base Tecnológica (SUPERA) e o Centro de Desenvolvimento e Inovação Aplicada (CEDINA) farão parte do parque tecnológico, com consultorias e assessorias para as novas empresas se desenvolverem", informou Geciane. O coordenador do Comitê finalizou a reunião comentando que a troca de experiências entre o Comitê e os Institutos de Pesquisa é fundamental. "Essa interação agrega conhecimento técnico ao Comitê, aumentando a densidade da rede local para a inovação tecnológica, como fator de sustentabilidade para o setor".Fonte: Da redação