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15/05/2019
O Serviço Brasileiro de Certificações (SBC), empresa com dezessete anos de experiência e atuação em certificações, selos e protocolos de produção e fornecimento de carne bovina, vai dar um passo decisivo para consolidar ainda neste ano uma atuação internacional no setor de certificação de boas práticas de produção de frutas para exportação aos mercados mais exigentes do mundo.
A partir do segundo semestre, inicia o trabalho de atuação com os produtores rurais do Chile, país que se destaca mundialmente na exportação de frutas de qualidade. Os chilenos já possuem aproximadamente cinco mil produtores certificados para vender aos países mais exigentes, um número muito maior do que o Brasil. E é o maior exportador mundial de uvas de mesa, mirtilos frescos, ameixas e cerejas. Além de um dos três maiores de nozes e importante fornecedor de nectarina, kiwi, abacate, maçã, morango e framboesa, vendendo em todos os continentes, tendo alcançando no ano passado uma receita cambial de mais de US$4 bilhões.
“Já vínhamos nos posicionando para trabalhar em mercados fora do Brasil e esta é uma excelente oportunidade de expansão para a SBC. Temos um parceiro chileno que já atuou com a gente no Brasil, na área de tipificação de carcaça para exportação. Fechamos, então, uma nova parceria comercial. Eles são bem relacionados no mercado chileno, fazem análises microbiológicas para empresas que processam as frutas naquele país e têm ótimos contatos com a indústria e os empresários rurais”, afirma Sérgio Ribas Moreira, Diretor do SBC.
O executivo fez uma visita de quatro dias ao país no fim de abril, ao lado do Responsável Técnico GLOBALG.A.P. e Gerente de novos projetos do SBC, Matheus Modolo Witzler. Eles foram conhecer a região central do Chile, maior produtora de frutas, cerca de 500 quilômetros ao sul da capital Santiago. Dias intensos de reuniões, visitas e contato direto com quatro indústrias processadoras e distribuidoras de frutas, as principais do país. “São empresas que congregam até setecentos produtores rurais fornecedores cada uma. É muita expressividade. E elas têm uma grande interferência nas decisões de certificação por parte dos produtores porque elas demandam a certificação. Todos sabem que é preciso que se faça GLOBALG.A.P., e também em alguns casos que se faça certificação de orgânicos. A maioria das empresas tem marca própria no varejo, nos pontos de venda. Foi uma visita extremamente produtiva. Vimos ali o real potencial deste cenário internacional”, avaliou Matheus Modolo Witzler.
O SBC já trabalha com certificação de propriedades produtoras de frutas dentro do protocolo GLOBALG.A.P. no Brasil desde 2018. São dez projetos em andamento, envolvendo lavouras de limão, abacate, figo, goiabas e grãos. “Queremos abrir ainda mais mercados. Estamos promovendo reuniões, conversando com possíveis parceiros e instalando representantes no Norte de Minas Gerais, na Região de Janaúba, onde há muito cultivo de bananas, no Vale das Uvas, em Petrolina e Juazeiro, cuja demanda de melão é um exemplo, no Nordeste de Minas Gerais, na Região de Nanuque, e no Norte do Espírito Santo, onde há muito cultivo de mamão”, acrescentou Sérgio Ribas.
Para ilustrar o potencial de crescimento do mercado brasileiro, Sérgio Ribas faz um paralelo com a carne bovina. “Veja o que o Brasil exporta de carne e de frutas. Nem vou falar de volumes. Se pensarmos em porcentagem, nós exportamos 20% da carne que produzimos e nem chegamos a 3% do que produzimos de frutas. E o Chile, em frutas, é o Brasil da carne”, brinca. O objetivo do SBC é trabalhar neste mercado respeitado e trazer ainda mais experiência e conhecimento para auxiliar os produtores brasileiros a enxergarem o enorme potencial de comercialização das frutas brasileiras.
“É um conceito global, que vem ganhando força no mundo inteiro. Que toda fazenda implemente boas práticas. E essa postura leva naturalmente à Certificação. Essas boas práticas os chilenos já encaram com muita naturalidade, trazem na lida do dia a dia, como cultura mesmo, disseminada dentro das propriedades”, esclarece Matheus Modolo Witzler. “Há um crescimento no número de GLOBALG.A.P. no Brasil, mas ainda é muito baixo, são poucas propriedades certificadas. E é o mercado exportador que vai puxar essa fila aqui dentro. Fomos a diversos eventos e identificamos que o GLOBALG.A.P. é fundamental para vender à Europa. E há demanda para isto. No Brasil, o crescimento de propriedades certificadas está diretamente ligado ao crescimento do mercado”, reforça Sérgio Ribas.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com cerca de 44 milhões de toneladas ao ano. Por outro lado, apenas 2,5% desse total são destinados ao mercado externo e o país ocupa apenas a 23ª posição no ranking mundial do segmento. A expectativa é que o Brasil dobre a produção em cinco anos e aumente em pelo menos 50% o volume de exportações até o fim da década. Há uma grande diversidade na produção brasileira, com lavouras espalhadas por todas as regiões do país, e destaques para abacaxi, melancia, melão, laranja, banana, coco, limão, maçã, mamão, manga, abacate e uva.
Fonte: Grupo Publique