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17/11/2020
A busca por tecnologias que contribuam para a emissão zero de carbono em todo o mundo é hoje uma grande premissa em diversas áreas, especialmente no agronegócio. Uma delas vem de uma empresa suíça, mas de origem brasileira, a Zasso Group AG, líder em controle elétrico de plantas daninhas. Esta é uma solução para um dos grandes problemas dos produtores rurais, e que afeta as produtividades das culturas. Tradicionalmente para acabar com essas invasoras são usados os herbicidas. Eles que representam cerca de 50% dos produtos químicos que são utilizados hoje a nível mundial.
Porém, de acordo com o CEO da empresa, Sérgio de Andrade Coutinho Filho, o uso em excesso acarreta três problemas: o primeiro é a sustentabilidade ambiental, pois por causa da lixiviação e da deriva, a maior parte desses químicos, até 95% deles acabam em organismos ou ambientes que não eram os alvos. Ou seja, uma pequena parte somente desses produtos é de fato utilizado para controlar as plantas daninhas e uma imensa parte deles acaba no meio ambiente.
O segundo problema é o da responsabilidade social, segundo dados da Anvisa, até 91% de alguns alimentos apresentam desconformidades para o consumo humano. “Desses problemas, a maior parte é devida a presença de elementos químicos proibidos para aquela determinada cultura. Ou um excesso que não apresenta grandes riscos a sua saúde. Todavia, quase 1% dos alimentos testados, apresenta algum tipo de risco agudo, que pode causar efeitos adversos imediatos para a sua saúde”, destaca o CEO.
Mas, substituir herbicidas não é só um caso de meio ambiente ou de saúde pública, já que é um problema de funcionalidade operacional. Com a aplicação há um longo período de tempo, durante décadas, as plantas têm desenvolvido resistência a esses químicos. “Isso significa, que hoje nós temos mais de 500 casos de resistência a algum tipo de herbicida. Algumas plantas chegam a ter resistência de até cinco herbicidas diferentes. Isso significa que não adianta nem você tentar misturar esses químicos para tentar matar as plantas, não vai funcionar”, alerta Coutinho Filho.
É nesse momento que a solução criada pela Zasso Group AG, se destaca, pois pode levar o consumo de herbicidas a zero e com o detalhe de também eliminar as raízes das plantas daninhas. “Nós instalamos um equipamento personalizado no trator do produtor e este aplica de forma segura descargas elétricas controladas de alta potência. A capina elétrica permite então a eliminação das ervas daninhas, das folhas até as suas raízes”, explica o profissional.
A solução foi apresentada durante um importante evento do setor, o Zero Summit 2020, que aconteceu em São Paulo, com uma programação repleta de empresas e informações para um futuro do carbono zero e um desenvolvimento mais sustentável. “O que levamos até esse evento e aos produtores e a sociedade no geral, é esse controle elétrico com um impacto temporário muito menor no número de minhocas por exemplo, no solo, e nenhuma interferência negativa no número de artrópodes nas condições normais de potência de aplicação. Ou seja, é uma ferramenta altamente sustentável”, aponta Coutinho Filho.
O CEO destaca que está não é uma tecnologia para o futuro, ela já está disponível e pode ser utilizada. A empresa prepara lançamentos para o próximo ano nas culturas de citros, café, urbano e até produtos comerciais para vinhos e ainda estão em desenvolvimento também soluções para culturas de larga escala, como a soja e a cana-de- açúcar. “No lançamento de uma nova tecnologia, existe sempre a preocupação com o preço. Nos últimos dez anos, o custo por área dessa tecnologia que era viável apenas em culturas orgânicas, ou em casos muito específicos. Agora, passou a ser viável para a produção de madeira, frutas e em breve acreditamos que será viável para toda a agricultura”, finaliza.
Zasso Group AG - É uma empresa sediada na Suíça, especializada em soluções não químicas de gerenciamento de ervas daninhas utilizando eletrônica avançada de potência. Originalmente desenvolvida no Brasil, a tecnologia patenteada visa tanto os brotos quanto as raízes ainda mais críticas de plantas indesejáveis sistemicamente, empregando avançados métodos leves de alta tensão. Possui escritórios em Zug (Suíça), Indaiatuba (Brasil), Aachen (Alemanha) e Paris (França).
Fonte: Rural Press
Fonte: Rural Press