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23/11/2022
Por ser uma fonte de energia ecologicamente correta, o uso extensivo do biogás tem ganhado relevância diante de um duplo desafio que parte do mundo enfrenta: a crise climática e de abastecimento de energia. Tal condição torna impensável admitir que uma quantidade tremenda de resíduos, com potencial de ser digerida anaerobicamente e convertida em energia, não é utilizada, ainda mais em um cenário em que mais de 90% da capacidade mundial de biogás permanece sem uso, de acordo com a World Biogas Association (WBA).
Para ir ao encontro dessa economia de base biológica comercialmente lucrativa, um ponto positivo é a atual infraestrutura de energia projetada para combustíveis gasosos, como o gás natural, capaz de transportar biometano. Outro, é a tecnologia já disponível, que inclui dispositivos de medição de biogás para uso industrial. Na linha de frente desse desenvolvimento, estão instrumentos usados em usinas de biogás, para monitoramento do processo, com vistas à segurança e à obtenção do metano. Vale dizer que quando resíduos são transformados em biogás, o processo gera, simultaneamente, metano, dióxido de carbono e umidade. O metano é o foco dos esforços de extração porque é um gás inflamável que pode ser usado para produção de energia, em substituição ao gás natural.
Não fazer uso produtivo do metano é uma falha e um desperdício em termos de natureza e recursos econômicos. Em vez de permitir que ele seja descarregado no ar, é importante aproveitar seu potencial como um excelente combustível. Com um processo preciso de medição para otimizar as fases de produção, minimizando custos operacionais, o metano, que é 20 vezes mais potente que o CO2 como gás de efeito estufa, dá lugar a uma energia ecologicamente correta.
A União Europeia produz hoje menos de 15% de sua própria demanda de gás. Até 2050, a indústria de biometano precisará cobrir 30% a 40% da demanda total de gás, para diminuir sua dependência de energia.
Paralelamente, pesquisas recentes da WBA indicam que, anualmente, a atividade humana gera mais de 105 bilhões de toneladas de resíduos orgânicos, que emitem metano. Ao reciclar esses resíduos orgânicos, a indústria de biogás possibilitaria uma redução de 10% nas emissões mundiais de gases de efeito estufa até 2030, segundo estimativas da própria WBA.
Parte da solução também poderia advir da produção de biometano a partir de resíduos orgânicos agrícolas, municipais e industriais. Segundo a European Biogas Association (EBA), o biometano já é pelo menos 30% mais barato que o gás natural.
A transformação do biogás em combustível verde tem enorme potencial de revolucionar o futuro do mundo todo, promovendo um desenvolvimento ambiental e econômico sustentável. As necessidades para o bem-estar da população global são exatamente as mesmas e sempre haverá resíduos, que podem desempenhar um grande papel como substituto dos combustíveis fósseis.
A janela de oportunidade está dada, mas para aproveitá-la são necessários investimentos, especialmente em relação a incentivos econômicos que possam orientar as sociedades em direção a uma bioeconomia genuína. renovável e sustentável.
Fonte: Assessoria de Imprensa Vaisala - Press Comunica