Em uma iniciativa ousada e inovadora, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Polícia Federal, uniram esforços para enfrentar um desafio ambiental crucial: a destinação correta de cerca de 60 toneladas de cigarros apreendidos, que hoje, são queimados ao ar livre.
Trabalhando em parceria com a Wórtice Energia e Carbogás, um dos professores que participa do projeto, Marcelo Braga dos Santos, conta que a primeira etapa desse processo é triturar o resíduo e transformá-lo em partículas finas. Depois, ele vai para um reator com elevada temperatura de 150 graus.
“No nosso caso, dentro do reator eu tiro a maior parte do comburente, então não tem oxigênio suficiente para queimar o resíduo. Como tem calor e tem combustível, esse resíduo — que é o combustível, se gaseifica, e se gaseificando ele fica um gás utilizado na caldeira, que vai por sua vez, aciona a turbina da Wórtice gerando energia elétrica.”, explica Marcelo. “O grande desafio agora é trabalhar com a tecnologia que nós já temos com a Carbogás, para o reator produzir um gás mais limpo e energético.”.
Uma das propostas impactantes desse projeto vai além da geração de energia. "Estamos contribuindo para auxiliar os órgãos governamentais que elaboram as legislações para estabelecer padrões e limites para essa tecnologia", destaca o professor Euclides Lima, o consultor ambiental do projeto.
A iniciativa da UFU visa resolver não um, mas três grandes problemas enfrentados não só no Brasil, mas em todo o mundo: o financiamento para pesquisas inovadoras, a destinação adequada de resíduos e a geração sustentável de energia elétrica. "Para nossa economia crescer, como os políticos falam que ela precisa, nós precisamos de energia", ressalta Marcelo.
"Nossos rios já estão saturados de hidrelétrica. Esse potencial já foi atingido, já é maduro. Nós não conseguimos evoluir tanto. As energias alternativas, como eólica e solar, ainda carecem de uma confiabilidade maior. E elas são caras. Então pretendemos apresentar uma solução para o fornecimento de energia elétrica no país que permita crescimento em escala e, por consequência, o crescimento da economia.”, diz Marcelo.
Com esse projeto, a UFU está na vanguarda da pesquisa e da aplicação de tecnologias sustentáveis, demonstrando que o caminho para o progresso está em harmonia com o cuidado com o meio ambiente.
“Olha, nós estamos no limiar do consumo dos recursos naturais, daquilo que a natureza pode nos dar. A população não pode crescer mais sem que novas tecnologias reduzam o impacto ambiental da vida humana na terra. Ou então nós nos mataremos por esgotar esses recursos naturais. A principal mensagem: é possível crescermos! É possível termos uma vida melhor sem impactar o meio ambiente, sem impactar a terra! Basta usar aquilo que nós temos de melhor, que