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03/12/2025
Por Renata Bossle
Operação está em análise no Cade; valores não foram divulgados
Após participar do grupo de empresas que adquiriu os canaviais da usina Santa Elisa – paralisada pela Raízen em julho –, a Batatais está prestes a realizar mais uma compra de matéria-prima. Desta vez, as terras são originárias do grupo Bazan, que controla duas unidades em Pontal (SP).
A negociação se tornou pública com a divulgação da requisição do ato de concentração pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), realizada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 1º.
Conforme a notificação protocolada junto ao Cade, a Batatais quer adquirir a “totalidade das quotas representativas do capital social de uma sociedade limitada” a ser criada pela Bazan. “Os ativos serão segregados do patrimônio da vendedora, por meio de uma reorganização societária, e transferidos para a empresa-alvo, que será adquirida pela compradora”, resume.
Ainda segundo o documento, a negociação envolve contratos associados ao cultivo e à compra de cana-de-açúcar. Entretanto, embora haja menção aos canaviais comprados pela Bazan após a desativação da Santa Elisa, a sucroenergética afirma que eles não fazem parte da negociação. “Confirmo que se tratam de operações envolvendo ativos distintos”, afirma o diretor presidente do grupo Bazan, Ângelo José Bazan, ao NovaCana.
De acordo com o executivo, a aquisição dos canaviais da Santa Elisa pela Bazan ocorreu em razão da paralisação da unidade pela Raízen; a alienação de ativos para a Batatais seria independente dessa compra. Ele ainda reforça que a nova negociação “possui motivação exclusivamente logística, pela proximidade geográfica dos canaviais com a unidade industrial da Batatais”.
Também conforme informações disponibilizadas pelo diretor presidente da Bazan, a negociação em análise pelo Cade envolve apenas a transferência de ativos agrícolas e contratos associados. “A operação foi motivada por critérios logísticos, não havendo qualquer transferência ou negociação que envolva planta industrial do grupo Bazan”, esclarece.
Ângelo José Bazan ainda reitera que as unidades industriais do grupo seguem operando normalmente. “A Bazan segue firme no seu propósito de crescimento sustentável, baseado em fundamentos sólidos e na eficiência operacional. Todas as decisões são pautadas pelo objetivo de fortalecer as operações e ampliar a competitividade do grupo no setor sucroenergético”, completa.
Até o momento não foi divulgada a extensão das terras que serão vendidas e, também, não foram apresentados valores financeiros.
Na notificação ao Cade, as companhias defendem que a operação “é incapaz de suscitar quaisquer preocupações concorrenciais” devido à pequena participação de mercado das empresas envolvidas. Um segundo documento aponta que, para a produção de cana-de-açúcar, essa fatia seria inferior a 10% em ambos os casos. O texto ainda apresenta que o grupo Batatais teria menos de 10% de participação na fabricação nacional de açúcar e no mercado de etanol.
Além disso, também de acordo com o documento disponível para consulta, a Batatais alega que a operação “representa uma oportunidade de expansão da sua capacidade de cultivo e aquisição de cana-de-açúcar”. Já para a Bazan, trata-se de “uma oportunidade de se obter um retorno financeiro pelos investimentos realizados nos ativos e de otimizar as operações de suas usinas”.
O NovaCana entrou em contato com a Batatais e com o escritório L.O. Baptista, que assina a notificação protocolada no Cade, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Renata Bossle – NovaCana
Fonte: NovaCana