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05/06/2019
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, 05 de junho, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) divulga um levantamento inédito sobre a contribuição do etanol de cana-de-açúcar na redução da emissão de gases causadores de efeito estufa (GEE).
Segundo cálculos da instituição, entre março de 2003 (data de lançamento da tecnologia flex) até fevereiro de 2019, o consumo de etanol (anidro e hidratado) reduziu as emissões de GEE em 535 milhões de toneladas de CO2eq*. Para atingir a mesma economia de CO2 seria preciso plantar quase 4 bilhões de árvores nos próximos 20 anos.
“Este ano, a Organização das Nações Unidas propõe uma reflexão sobre a poluição do ar por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente e nada mais pertinente do que apontarmos a relevância do etanol de cana-de-açúcar para a melhoria da qualidade do ar nos grandes centros urbanos”, ressalta Evandro Gussi, presidente da UNICA. “Rio de Janeiro e São Paulo se diferenciam de cidades como Xangai, Bangkok e Nova Délhi, com péssima qualidade do ar, por conta do uso do etanol hidratado e anidro, adicionado em 27% à gasolina”.
Quando avaliado o ciclo de vida completo do combustível, o etanol proporciona uma redução de 90% da emissão de GEE em relação à gasolina. Além disso, em comparação com a gasolina e o diesel, o etanol reduz significativamente a emissão de vários poluentes, como os óxidos de enxofre (em cerca de 90% em relação a gasolina, em cerca de 99% em relação ao diesel S500 e em cerca de 50% em relação ao diesel S10).
O etanol praticamente zera a dispersão de partículas, poluente muito agressivo para a saúde (mais de 98% em relação a gasolina e diesel), bem como a de hidrocarbonetos tóxicos (perto de 99% na emissão de benzeno, componente cancerígeno presente na gasolina, e na emissão de hidrocarbonetos poliaromáticos, componentes cancerígenos gerados na queima do diesel).
O biocombustível também reduz a emissão de monóxido de carbono em relação à gasolina (a porcentagem varia dependendo da calibração do motor, mas pode atingir cerca de 20%).
Outra vantagem do etanol é que se trata de um produto de baixa toxidez e biodegradável. Ou seja, em caso de acidentes de derramamento ou de vazamento, resulta em impacto ambiental de pequena monta e é biodegradado em poucos dias. Por outro lado, os combustíveis derivados de petróleo (gasolina e diesel), apresentam elevada toxidez ambiental e requerem muito tempo para biodegradação natural, o que resulta em impacto ambiental elevado, necessitando com frequência medidas de remediação da área contaminada, quando isso é possível.
Etanol como aliado para o cumprimento do Acordo de Paris
O etanol da cana-de-açúcar brasileiro é o biocombustível com menor pegada de carbono do mundo, sendo reconhecido como tal pelas agências internacionais.
Na União Europeia, o etanol de cana é reconhecido pela diretiva de promoção de energia renovável (I e II) como o biocombustível de primeira geração que mais reduz as emissões comparado com combustível fóssil (70% quando colocado no mercado Europeu). Conforme essa diretiva, o etanol de cana apresenta baixo risco de provocar mudanças indiretas no uso da terra (entre 2008 e 2017, 2,2% de avanços sobre terras de alto teor de carbono conforme a diretiva).
No Japão, o nosso etanol supera o limite de 50% de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) requerido para poder ser utilizado. Trata-se do único biocombustível a atender os parâmetros de redução.
O aumento da mistura de etanol na gasolina tem sido visto como um caminho para mitigar a emissão de GEE e atender as metas do Acordo de Paris, com diversos países estabelecendo o aumento de blend para os próximos anos.
O Brasil já tem uma Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) criada para atender as metas autodeclaradas da COP21, aprovada pelo Congresso e em fase de regulamentação com previsão de entrar em vigor em 2020. O RenovaBio visa ampliar a participação dos biocombustíveis, incluindo biodiesel e etanol feitos a partir de diferentes matérias-primas, na matriz de transportes com o objetivo de reduzir em 100 milhões de toneladas as emissões de GEE em 10 anos.
Fonte: UNICA