Entre os meses de janeiro e abril, o Grupo MF Rural observou uma procura acima do comum por tratores, colheitadeiras e outros maquinários usados em sua plataforma de marketplace dedicada ao homem do campo. Na comparação com o mesmo período de 2020, em volume, o crescimento é estimado em 70%.
“Quem precisa com urgência acaba recorrendo às máquinas usadas em boas condições de trabalho, principalmente quando ofertadas na região de interesse”, observa o empresário Roberto Fabrizzi Lucas, chairmen do Grupo MF Rural.
Dentre os produtos com melhor desempenho, peças de reposição, aditivos e acessórios registraram um aumento de quase cinco vezes no volume de vendas; o comércio de colheitadeiras e colhedoras teve elevação de 130%; implementos agrícolas, 117,71%, máquinas e equipamentos, 77,78%; máquinas pesadas, 75,68%; carrocerias e furgões, 50%; e caminhões, 42,86%.
Cinco concessionárias de tratores informaram à MF Rural que os prazos de entrega saíram de 20 para 90 dias, alegando atrasos na entrega de aço, ferro e borracha, reprogramação confirmada também pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMI), comandada pela Associação Brasileira de Máquinas Agrícolas (ABIMAQ).
Segundo a entidade, mesmo que em menor escala, a percepção de desabastecimento dos estoques de aço, visto a partir de junho de 2020, ainda persiste, impactando os prazos de entrega de maquinários agrícolas, em decorrência da escassez de matérias-primas como chapas e tubos, além de componentes que levam a liga metálica na sua composição.
Em seus balanços mensais, o Instituto Aço Brasil, que representa as indústrias produtoras de aço, afirma não haver redução na oferta ou desabastecimento, atribuindo eventuais problemas à reposição de estoques de clientes que, devido ao porte e escala, compram na rede de distribuição.